Cultura, Educação e Humanidade. É com estas três palavras que eu descrevo e caracterizo a rica personalidade do professor doutor António Manuel Bettencourt Machado Pires, catedrático, que foi professor e reitor da Universidade dos Açores, instituição de Ensino Superior de que foi um dos fundadores.
Falecido há poucos dias, aos 79 anos de idade, pois nasceu em 1942, em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, licenciou-se em Filologia Românica pela Faculdade de Letras da Universidade (Clássica) de Lisboa, onde foi assistente do professor doutor Vitorino Nemésio, igualmente terceirense, nascido na “sua” Praia da Vitória, que sempre muito amou e evocou em obras literárias suas.
O doutor Machado Pires foi meu professor de Literatura Portuguesa na Universidade dos Açores, no curso de Línguas e Literaturas Modernas, na variante Português-Inglês, que não concluí. Um excelente e inesquecível professor, sem dúvida! Mais tarde, em serviço da Agência Lusa, encontrei-o no Solar da Madre de Deus, residência oficial do Ministro da República (hoje Representante da República), em Angra do Heroísmo, numa cerimónia pública. Trocámos algumas palavras, em que confirmei, mais uma vez, precisamente, a sua Cultura, a sua Educação e a sua Humanidade, como salientei no início.
Diz-se, por vezes, que não existem pessoas insubstituíveis. Não é essa a minha opinião. Há, de facto, pessoas insubstituíveis: o professor doutor António Manuel Bettencourt Machado Pires é uma delas, por todas e pelas melhores razões. Ele foi uma grande personalidade da Terceira, dos Açores e de Portugal!
Curvo-me emocionado ante a sua ilustre e veneranda memória, certo de que o seu nome e a sua obra ficarão para sempre como referências de Cultura, de Humanismo e de Cidadania. Ele merece um “muito obrigado!”, sincero e convicto, de todos nós.
Tomás Quental Mota Vieira *