Diário dos Açores

Vigiar a especulação

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O galopante aumento do custo de vida que já se começa a sentir, também, nos Açores, é uma consequência da nossa enorme dependência do exterior, mas há situações que, por vezes, nos fazem pensar se não haverá aproveitamento e consequente especulação.
A inflação na nossa região ainda está muito abaixo da nacional, temos o IVA mais baixo do país e muitos dos produtos que produzimos são comparticipados.
Então porque razão alguns preços praticados nos Açores ultrapassam os do Continente para os mesmos produtos?
Os produtos que estão em stock são vendidos ao público com o preço antigo ou com o novo preço da inflação?
Como é que ouvimos por aí que temos alguns produtos essenciais armazenados, para não nos preocuparmos com possíveis rupturas, mas o mesmo produto está sempre a aumentar de preço?
Há uma série de queixas dos consumidores que vamos ouvindo no dia-a-dia e que precisam de uma explicação séria e transparente por parte das autoridades regionais que fiscalizam a actividade económica regional.
Esta história de culpar a pandemia e a guerra por tudo o que se passa na economia regional tem muito que se diga.
Naturalmente que não ficamos imunes à crise e é preciso ser realista para perceber que todos estamos a ser confrontados com fenómenos que não dominamos, mas também é sabido que, no meio da crise, há quem se aproveite e promova a especulação sem contemplações.
Portanto, a Inspecção Económica tem aqui um papel determinante para escrutinar, em nome dos consumidores, como estão a ser geridos os preços em toda a actividade regional, para que não haja qualquer suspeita e porque a transparência dos negócios entre empresas e clientes assim o exige.
Não é pedir muito.

Osvaldo Cabral
osvaldo.cabral@diariodosacores.pt

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