Pelo Espírito Santo
Coroar não era espanto
Fazer-se anualmente
Rainha santa Isabel
Primeiro que São Miguel
Sempre o fez no Continente
Igreja Espírito Santo
D. Isabel lá fundou
E cobriu Rei com seu manto
As festas que realizou
Suas Populares, folias
Costumes em tempos antigos
Se levavam alguns dias
Maior parte era mendigos
Se Irmandade tem bastão
A Coroa acompanhava
Uma cana cada irmão
Na mão no cortejo levava
Fazia-se procissão
Com a candeia adiante
Igreja benzia o pão
Mas a sopa era importante
Pois lá no dia seguinte
No Bodo se consumia
Entre Povo o pedinte
Com Clero e Nobre comia
Da Igreja ao Convento
A Coroa, iam buscar
Era um certo movimento
Para se ir coroar
Com lindas festividades
Já se sabe religiosas
Vinham de várias Cidades
A pé e muitas carroças
Na cabeça Imperador
A Coroa lá levava
Se no dia era um Senhor
Pois só ele, coroava
Se o mais pobre conduzia
Lá Coroa ao altar
Como a do Rei é que ia
Resolveu outra comprar
Se até ali serviu
A sua p’ra coroar
Rei D. Dinis decidiu
Uma nova arranjar
Mandou fazer parecida
Não sendo a sua um espanto
Coroa o resto da vida
Ficou de Espírito Santo
João Sardinha *