Diário dos Açores

Esta semana, pelo mundo

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UCRÂNIA – Já existe cansaço das notícias desta guerra especialmente porque nenhuma solução pacífica é apresentada como proposta nem a curto nem a médio prazo e nada chega de novo, em cada dia que passa, senão mais sofrimento, mais armas, mais destruição e mais mortos, feridos e desalojados, aparentemente provocados apenas por um dos lados do conflito (a Rússia) e, por tabela, pelos cidadãos russos que, em consequência se vão vendo assim, tal como os imigrantes não ucranianos, negativa e injustamente discriminados e oficialmente censuradosno território das nossas “democracias” ocidentais.
Também a cada dia que passa se nota que, do ponto de vista militar, a Ucrânia apenas consegue sobreviver à custa de transfusões intermináveis e desmesuradas de armamento e dinheiro provindos da NATO, dos EUA e da União Europeia, ao mesmo tempo que chovem sucessivos pacotes de sanções destinadas à outra parte, mas que a todos encharcam numa guerra simultânea, descontrolada e cada vez mais alargada, a guerra económica.
É um conflito, inicialmente caseiro (2014), em risco eminente de se transformar, com a Ucrânia e o seu povo conduzidosde permeio para o desastre completo, numa confrontação da Federação Russa com a NATO e os EUA.
FRANÇA -Duas tónicas sobressaem da informação dita oficial sobre os resultados eleitorais das eleições parlamentares francesas: a França ficou ingovernável, e quem ganhou tudo foi a extrema-direita.
A realidade é, no entanto, outra. Como Portugal é disso prova fresca, um país é governável e a Democracia nada tem a perder (pode até ganhar muito) com a ausência de maiorias absolutas no parlamento. A União Nacional de Marine LePen foi de 8 para 80 em número de deputados, mas essa grande diferença só foi possível por causa do abstruso sistema eleitoral francês de círculos uninominais, já que a subida percentual da extrema-direita se revela bastante mais modesta (de 8,75% para 17,30%).
E atenção, esta subida só aconteceuporque ao contrário das anteriores eleições onde à segunda volta Macron esmagadoramente ganhou à extrema-direita graças ao seu apelo a todos os outros partidos para o voto republicano contra LePen, desta vez, à segunda volta, onde Macron perdia para a Frente de Esquerda, o seu partido optou por não fazer apelo a voto republicano nenhum contra a extrema-direita, ou seja, desta vez Macron decidiu não impedir a vitória dessa mesma extrema-direita se o candidato oposto pertencesse à esquerda…
E a esquerda (NUPES) foi de facto a grande revelação. Desta vez unida, retirou a maioria absoluta a Macron e a grande diferença em número de deputados (245 contra 142), devido ao iníquo sistema eleitoral, não retrata a pequena diferença percentual (38,57% contra 31,60%) que dá a verdadeira dimensão do número dos seus adeptos.Que sirva de alerta contra aqueles que em Portugal e nos Açores tanto empenho fazem em alterar as leis eleitorais para nelas introduzir os tais círculos uninominais.
COLÔMBIA – Vitória memorável da esquerda no passado domingo, contra a injustiça, a discriminação e a desigualdade num país que alberga 9 bases militares estadunidenses e que tem sido seu habitual serviçal belicoso e provocador contra países vizinhos, sabotador recorrente da paz, da unidade e solidariedade entre os países e povos da América Latina.
«É história aquilo que estamos a escrever neste momento, uma história nova para a Colômbia, para a América Latina, para o mundo», disse o novo presidente eleito, sublinhando que aquilo que aí vem é «uma mudança real» e que não irá trair o eleitorado que «gritou ao país, à história, que a partir de hoje a Colômbia muda».

Mário Abrantes *

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