Diário dos Açores

Vamos correr uma maratona?

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Um atleta que corre uma maratona não se limita a acordar naquele dia, calçar umas sapatilhas,
comer qualquer coisa que havia no frigorífico e sair de casa para correr.
Para que seja bem sucedido, antes de cortar a meta, houve muita preparação e planeamento.
No plano que o prepara para correr 42km existem muitas horas de curtos e longos treinos, alimentação, descanso e muitas outras questões que acabam por potenciar a sua condição física, mas também mental.
O mesmo deveríamos fazer para qualquer objetivo que tenhamos: planear e concretizar todos os passos necessários para atingir aquilo a que nos propomos.
Contudo, é mais fácil idealizar do que realizar.
Como daquela vez em que decidimos, antes do verão, que “agora é que vai ser, vou perder estes quilos todos que acumulei ao longo dos anos, em 2 meses”, ou naquela passagem de ano em que pensámos “este ano vou finalmente ganhar coragem e mudar de trabalho”, e muitos outros desejos que morreram ali.
Mas podiam ter sobrevivido.
Provavelmente não houve foi muita vontade de os salvar, mas, mais do que isso, não os transformou em objetivos concretizáveis.
Um dos erros mais comuns na definição de objetivos é estabelecermos um objetivo ambicioso (e maravilhoso), mas não estabelecermos pequenos passos que nos vão permitir chegar a ele.
Voltemos ao nosso corredor de maratonas: ele decidiu que ia correr 42km mas também planeou 1, 2, 10, 20 km semanais que lhe permitiram chegar lá (já para não falar das manhãs que não passou na cama, das iguarias que ficaram por comer, e de muitas outras coisas das quais abdicou para garantir que aquela meta seria alcançada).
O outro erro mais comum que nos impede de atingirmos metas das quais nos vamos orgulhar é não definirmos essas mesmas metas.
Não é que não tenhamos objetivos! Todos nós os temos, sejam eles grandes, pequenos, muitos ou poucos.
No nosso dia-a-dia desempenhamos inúmeras tarefas tendo em conta os objetivos que estabelecemos para aquele dia: acordar cedo para chegar a horas ao trabalho, ligar para o restaurante para marcar um almoço com a amiga, entregar aquele trabalho para não termos que ouvir o chefe, chegar a casa cedo para ter tempo de ler um livro, entre muitas outras ações que vamos desempenhando.
Mas, se pararmos por um momento na nossa vidinha de roda do hamster, quantos desses pequenos passos diários levam a um objetivo final de melhoria significativa da nossa vida?
Fazemos cada uma destas inúmeras tarefas pensando num fim que nos vai levar a ter uma vida mais de acordo com o que ambicionamos, ou vamos andando dia após dia, a responder ao imediato sem ter um plano maior?
E lá voltamos aos maratonistas. Eles poderão ter uma vidinha igual à nossa: casa, trabalho, filhos, atividades, jantar, banho e cama. Mas como assumiram o objetivo grandioso de fazerem 42km a correr, não deixam que o dia-a-dia, os prazeres momentâneos e as desculpas lhes tirem o foco desse sonho.
Eles também vão ter que desempenhar funções diárias que não têm nada a ver com corridas, mas, lá pelo meio, há o tal planeamento que os obriga a alimentarem-se bem, sem desvios, a descansarem as horas necessárias, sem mais “só este episódio da Netflix”, a treinarem apesar das desculpas do cansaço de um dia de trabalho.
Evitando estes dois erros, o de não planear os pequenos passos e o de não definir um grande objetivo, os maratonistas têm mais probabilidades de cortar a meta do que qualquer maluco que decida calçar as sapatilhas e limitar-se a correr.
Para cortar a meta:
1.º Defina o seu grande objetivo e assuma-o aos seus familiares e amigos.
2.º Planeie os pequenos passos diários que o vão fazer chegar lá.
Não é qualquer um que corre uma maratona, mas se alguém já o fez, então é possível. Mas não basta sonhar.


*Licenciada em Jornalismo e Comunicação, coach certificada, formadora em Comunicação e Desenvolvimento Pessoal

Andreia M. Pereira*

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