Diário dos Açores

Um ministro perigoso

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A forma humilhante como o ministro Pedro Nuno Santos pediu desculpa pela trapalhada que arranjou com a história do  novo aeroporto de Lisboa, é bem reveladora da desorientação que vai no Governo da República, onde alguns pretendentes ao “trono” do PS estão mais preocupados em mostrar notoriedade, mesmo ultrapassando a coordenação do primeiro-ministro.
Mais humilhante foi a posição de António Costa, ao aceitar a continuidade do ministro que o desafiou, permitindo que o governo mais pareça um saco de gatos.
A trapalhada do ministro, agora bastante fragilizado e sem credibilidade, não surpreende.
Pedro Nuno Santos sempre foi um político truculento, controverso e pouco humilde.
Não se lhe reconhece grande mérito político, a não ser ter militado na JS e no PS, com posições mais próximas da extrema esquerda do que do socialismo moderado tradicional do partido.
Nós, nos Açores, bem  o conhecemos.
Foi este ministro que não conseguiu alterar o regime do subsídio de mobilidade, que o próprio António Costa classificou de “absurdo e ruinoso” e foi, também, este ministro que não conseguiu lançar um concurso público capaz para um avião cargueiro para as Regiões Autónomas.
Foi, ainda, este ministro que considerou que a manutenção de voos da TAP para os Açores e Madeira durante a pandemia foi uma opção política “muito firme”, mesmo entendendo opiniões contrárias dos executivos regionais, contra a vontade dos seus camaradas dos Açores.
Com a fama de “enfant terrible”, só tem somado desastres em relação às Regiões Autónomas.
É ele - imagine-se - que não consegue pôr em andamento o processo da substituição dos cabos submarinos, deixando-nos numa situação preocupante, porque é sabido que os novos cabos vão chegar já depois do tempo de vida útil dos actuais.
Em caso de ruptura de comunicações, quem assumirá responsabilidades?
Se for como o triste episódio de agora entre o ministro e António Costa, estamos conversados.

Osvaldo Cabral
osvaldo.cabral@diariodosacores.pt

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