“Numa perspectiva de segurança e defesa pode haver maior utilização da Base das Lajes”
Diário dos Açores

“Numa perspectiva de segurança e defesa pode haver maior utilização da Base das Lajes”

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Rita Faden, Presidente da FLAD

A presidente da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD), Rita Faden, defende que “vamos assistir a um novo ciclo de investimento americano em Portugal”, disse em entrevista ao Diário de Notícias.
“Vemos os Açores no meio do Atlântico como enorme riqueza e vantagem que pode e deve ser explorada, incluindo numa perspetiva de segurança e defesa e de maior utilização da Base das Lajes”, diz Rita Faden.

Consciência da grande
importância dos Açores

E acrescenta na entrevista ao DN: “Temos uma missão muito clara na FLAD que passa por aproximar os dois países e promover o desenvolvimento de Portugal através da cooperação bilateral com os Estados Unidos. Temos feito uma aposta muito clara em todas as iniciativas que servem para aproximar as pessoas e as instituições dos dois lados e financiamos iniciativas de portugueses para irem aos Estados Unidos e de americanos para virem a Portugal. Sempre com uma grande consciência da importância dos Açores e procuramos ter uma presença muito clara. Há uma ligação direta que também está ligada ao próprio nascimento da FLAD e também quando pensamos na comunidade portuguesa nos Estados Unidos, em que cerca de 80% desses americanos de ascendência portuguesa são dos Açores e ainda mantêm uma grande ligação com os Açores. Por tudo isso faz sentido que a FLAD dê particular atenção aos Açores e temos procurado fazê-lo ao longo dos anos, agora ainda com mais intensidade. Mas fazemos isto em várias áreas, nas bolsas científicas que damos, no apoio que damos a alguns projetos de base científica, mas também na aposta que temos na cultura nos Açores. Ainda este ano tivemos três iniciativas relevantes e de destaque na área cultural como, por exemplo, o Outsiders, um ciclo de cinema americano independente que fizemos em março e abril na ilha Terceira, em Praia da Vitória e em Angra do Heroísmo. Na exposição da coleção da FLAD Festa. Fúria. Femina. que está neste momento no arquipélago, na Ilha de São Miguel, até setembro deste ano. E também na organização do Curso de Artes Visuais que está a decorrer nos Açores, um curso para jovens artistas portugueses com uma forte componente internacional. A cada semana temos um artista diferente que trabalha em conjunto com esses artistas e no final do curso, a 15 de julho, vamos ter a inauguração da exposição dos trabalhos que resultaram deste curso de oito semanas. Foi uma área de grande aposta da FLAD na cultura e na presença nos Açores.”

O Atlântico é uma prioridade

Sobre o Prémio Júnior criado pela FLAD, Rita Faden explica que “o nosso público-alvo é mais dos estudantes universitários para cima, mas resolvemos fazer o Prémio Atlântico Júnior destinado aos alunos do ensino secundário. O prémio é uma viagem aos Estados Unidos e eles têm de formar uma equipa com um dos seus professores e fazer um projeto utilizando tecnologias para pensar soluções para questões do Atlântico. O Atlântico é outra das prioridades da FLAD e temos o Prémio de Investigação Científica para o Atlântico e 300 mil euros é uma aposta forte para a investigação científicas. Mas aqui estamos a falar dos jovens e, quando fizemos a apresentação dos projetos e entrega do prémio, vimos projetos extraordinários e houve uma ideia que achei muito boa que era utilizar as algas para fazer curtumes e tintas para a indústria de curtumes para substituir os poluentes que eles usam. Houve ideias muito giras, de facto, é um público com um entusiasmo muito giro e gostámos muito”.

“União” no dia 4 de Julho

Nesta entrevista ao DN, a responsável pede ainda “união” no dia 4 de Julho, Dia da Independência dos EUA, e quer contribuir para uma nova geração de políticos com ascendência portuguesa, pedindo mais investimento na defesa e “olhos bem atentos” à China.
Sobre a situação atual e a guerra na Ucrânia, não hesita em dizer que “o presidente Putin foi um master estratega na aproximação entre a Europa e os Estados Unidos, na aproximação do Ocidente, no reforçar da NATO. Hoje não faz sentido perguntar qual o sentido da NATO”.
Sublinha ainda que se as intenções de Putin eram dividir e enfraquecer a Europa e a sua ligação com os Estados Unidos “isso não foi conseguido, antes pelo contrário”, com o alargamento à Suécia e à Finlândia, dois países tradicionalmente neutrais, que vieram reforçar a NATO.
Depois da era Trump, a nova presidente da FLAD garante que as relações transatlânticas ficaram reforçadas com Joe Biden, desde logo, com o regresso ao Acordo de Paris, no regresso à Organização Mundial de Saúde e no regresso às instituições internacionais.

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