BE acusa governo de deixar na “gaveta” medidas para combater a inflação
Diário dos Açores

BE acusa governo de deixar na “gaveta” medidas para combater a inflação

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“É com perplexidade que vemos que o Governo só agora começa a acordar para este problema” da inflação e do aumento do custo de vida, quando tem um conjunto de medidas aprovadas por unanimidade no parlamento dos Açores em abril, por iniciativa do Bloco de Esquerda, mas que o Governo prefere deixar “na gaveta”, disse  António Lima, em declarações no âmbito de uma visita à ilha de São Jorge.
O líder do Bloco de Esquerda reagiu com surpresa às declarações de Bolieiro que adiou para a próxima semana a eventual apresentação de medidas para atenuar os efeitos da inflação.
“O Governo está mais uma vez a reboque daquilo que vamos dizendo. Agora já vai falando do aumento do custo de vida, mas não apresenta absolutamente nada, remetendo para a concertação social a aplicação de eventuais medidas que não sabemos quais são”, disse o deputado do Bloco de Esquerda.
António Lima salienta que as famílias estão preocupadas porque têm “cada vez menos dinheiro na carteira ao fim do mês”, e lamenta que o Governo não pareça estar preocupado com esta situação.
Em declarações aos jornalistas, António Lima lembrou que o parlamento aprovou em abril uma proposta do Bloco de Esquerda que previa o aumento de salários na administração pública através da remuneração complementar, o aumento dos apoios sociais e a regulação de preços através da fixação de margens máximas de comercialização.
“São medidas que o Governo pode aplicar já, e que já devia ter aplicada há algum tempo”, disse o deputado do Bloco, acrescentando a estas já aprovadas no parlamento, mais uma proposta que o Bloco vai apresentar: o aumento do complemento regional ao salário mínimo de 5% para 7,5%.
Sobre as recentes declarações do presidente do Governo Regional, que apontou a redução de impostos ocorrida em 2020 nos Açores como uma medida de combate à inflação, António Lima salienta que José Manuel Bolieiro não pode dizer que uma medida aprovada em 2020 tem alguma coisa a ver com a compensação dos efeitos da inflação que está a ocorrer em 2022. “O presidente do Governo não é propriamente vidente, e em 2020 não sabia que haveria este aumento da inflação em 2022”, disse o deputado. “Além disso, aquilo a que o Governo chama de redução de impostos não se aplica à grande maioria das famílias com rendimentos mais baixos. No caso do IRS, a redução aplicou-se apenas aos rendimentos mais elevados. As pessoas que têm rendimentos baixos e médios não sentiram esta redução de impostos”, destacou António Lima.

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