Diário dos Açores

“Estou sem trabalho, e agora?”

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Durante muitos anos o trabalho era considerado apenas como um meio para a obtenção de subsistência ou até mesmo como meio para obter um rendimento financeiro.
Atualmente, o trabalho ganhou outra complexidade. Além do fator económico, extramente importante, está também relacionado ao sentido de realização tanto profissional como pessoal, nomeadamente como fator influenciador da autoestima e autoeficácia. Passou a ser perspetivado no sentido de percurso profissional, com etapas e objetivos a atingir.
Uma situação de desemprego, nem sempre é um processo rápido ou mesmo fácil de lidar. Por vezes, podemos ter sentimentos de desilusão connosco próprios, atribuindo alguma culpabilização pela situação de desemprego.
A falta das rotinas de um dia normal de trabalho, nomeadamente os horários, o arranjar para sair ou mesmo ter um propósito para aquele dia, é muitas vezes desvalorizada, trazendo uma grande mudança ao dia-a-dia que poderá traduzir-se em alguma confusão, exigindo adaptação à situação.
O facto de, na maioria das vezes, não ser uma situação prevista faz com que o processo de aceitação e adaptação seja mais difícil, uma vez que não permite encontrar estratégia atempadamente de resolução da situação.
O desemprego quando permanece algum tempo, é considerado desemprego de longa duração após um ano na situação de desemprego, pode afetar a forma como a pessoa se sente, na forma como lida e encontra estratégias para resolver a situação. Em casos extremos poderá até desencadear diagnósticos de depressão.
Por isso importa não desvalorizar e estar atento aos sinais. Sendo um processo exigente ao nível pessoal e até profissional, torna-se fundamental desenvolver resiliência através de estratégias funcionais para lidar com a situação de desemprego. A resiliência não é mais do que a capacidade para lidar melhor com o stress de uma situação difícil e aproveitarmos as coisas boas da vida mesmo quando nem tudo corre como planeamos ou como gostaríamos de controlar. Continuamos a sentir-nos zangados, a estar tristes ou a sofrer, a sermos vulneráveis, mas somos capazes de continuar a funcionar no dia-a-dia e a fazer coisas que nos deem prazer, mantendo o nosso equilíbrio.
Desta forma, importa:
-Encarar os problemas como obstáculos ultrapassáveis;
-Ser proactivo;
-Definir objetivos;
-Confiar em nós próprios.
Aceite que as mudanças e as incertezas fazem parte da vida!
Fique bem, pela sua saúde e a de todos os Açorianos!
Um conselho da Delegação Regional dos Açores da Ordem dos Psicólogos Portugueses.

Catarina Cordeiro *

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