Os Secretários do Mar e Pescas da Madeira e Açores reúnem-se hoje com o secretário de Estado do Mar, em Lisboa, estando em agenda a presença nas instâncias europeias, como observadores, de representantes das Secretarias Regionais de Mar e Pescas dos governos da Madeira e dos Açores, a partilha de informação a tempo e horas relativa às quotas de pescado e a sua evolução no decurso da faina, as matérias relativas aos apoios para as pescas e a aquacultura, a questão das frotas envelhecidas e a segurança dos pescadores e a gestão partilhada do mar.
Os Secretários Regionais de Mar e Pescas da Madeira e dos Açores, Teófilo Cunha e Manuel São João, respetivamente, levam na bagagem, para a primeira reunião com a Secretária de Estado do Mar, Teresa Coelho, outros assuntos.
A primeira reunião partilhada entre as duas regiões autónomas com o governo da República decorre de encontros prévios entre os governantes insulares.
Em janeiro deste ano, Manuel São João visitou a Madeira e durante três dias ficou a conhecer o modelo de funcionamento das pescas da Madeira.
No início de abril, Teófilo Cunha e o Diretor Regional das Pescas, Rui Fernandes, deslocaram-se aos Açores.
Destes encontros resultou a ideia de criar uma “Frente Insular”, com o propósito de as duas regiões autónomas defenderem, perante o governo português e as entidades europeias, políticas comuns, e encontrarem soluções para os problemas relacionados com as pescas e o mar.
“Estamos a iniciar um novo relacionamento com a Região Autónoma dos Açores em diversas vertentes, entre as quais a presença de representantes das duas regiões nas reuniões para atribuição das quotas de pescado, e esta reunião com o Governo da República é um primeiro passo nesse sentido”, declarou Teófilo Cunha.
“Até aqui, a Madeira e os Açores eram apenas ouvidos, mas entendemos que futuramente devemos estar presentes nas reuniões onde são decididas as quotas dos tunídeos, nomeadamente.”
O governante açoriano não tem dúvidas sobre a importância da “Frente Insular” no âmbito do Mar e Pescas: “Se articularmos entre as duas regiões autónomas aquilo que vamos transmitir a Lisboa, e até nas instâncias comunitárias, estamos certos de que isso terá um peso muito maior e a decisão tenderá a ser mais favorável a nós”, destacou Manuel São João, que elegeu a renovação da frota de pesca açoriana como um dos “maiores” problemas no setor pesqueiro dos Açores.