Inaugurada a sétima Casa dos Açores no Brasil, no Estado de Espírito Santo
Diário dos Açores

Inaugurada a sétima Casa dos Açores no Brasil, no Estado de Espírito Santo

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Na passada segunda-feira, dia 25, foi inaugurada a Casa dos Açores do Espírito Santo – CAES, no Brasil.
A Instituição Associativa Cultural pretende promover a preservação e divulgação da Memória Cultural, Religiosa e Histórica da Imigração Açoriana no Estado do Espírito Santo.
É a 7ª Casa dos Açores do Brasil, representativa da Região Autónoma dos Açores, e junta-se às outras 16 Casas dos Açores já existentes também no Canadá, EUA, Bermuda, Uruguai e Portugal continental.
A nova instituição tem sede no município de Apiacá, mas reúne os municípios do Vale do Itabapoana que tiveram influência açoriana no norte do Rio de Janeiro: Bom Jesus de Itabapoana e São José do Calçado, e o município de Viana, na grande Vitória-ES.
Presente esteve uma comitiva composta por José Andrade, em representação do Presidente do Governo dos Açores, José Manuel Bolieiro, e os Presidentes das Casas dos Açores no Brasil, que foram homenageados com cerimónia de boas vindas.
Participaram da comitiva representantes de todas as Casas do Brasil que integram o Conselho Mundial das Casas dos Açores.
Na intervenção do Diretor Regional das Comunidades na cerimónia de inauguração em Apiacá, José Andrade declarou que “inaugurar oficialmente a Casa dos Açores do Estado do Espírito Santo é uma das maiores honras da minha vida”.
“Hoje é um dia histórico para a afirmação da açorianidade no mundo. Sempre que nasce uma Casa dos Açores, a nossa identidade cultural chega mais longe e fica mais forte” afirmou.
A primeira Casa dos Açores foi fundada em Lisboa há 95 anos, em 1927. Em 1952, chegou ao Brasil, com a Casa dos Açores do Rio de Janeiro, que acaba de comemorar 70 anos de fundação.
Segundo ele, a Casa dos Açores do Espírito Santo “nasce num Estado que ostenta o nome da mais representativa devoção açoriana. Nasce num tempo que comemora os 180 anos do povoamento, também açoriano, deste Vale de Itabapoana, que lhe serve de berço. Nasce da vontade genuína de um grupo empenhado de açordescendentes e amigos dos Açores, graças ao espírito empreendedor e à capacidade concretizadora do seu principal fundador e primeiro presidente, o Dr. Nino Moreira Seródio. Presto-lhe aqui uma justa homenagem, com o devido agradecimento, em nome do Presidente do Governo dos Açores. Sou testemunha do seu entusiasmo na condução deste processo” defendeu.
O primeiro presidente da CAES é neto de açorianos, da família Vieira Seródio, da vila da Povoação, na ilha de São Miguel.
O seu bisavô, Joaquim Vieira Seródio, foi para o Brasil em 1886.  Desembarcou no porto do Rio de Janeiro com três filhos. Como tantos açordescendentes, Nino conseguiu reconstituir a sua árvore genealógica com pesquisa pessoal no Arquivo Regional de Ponta Delgada, quando pisou terra açoriana 126 anos depois da partida do seu bisavô.
Em 2013, iniciou o projeto Memorial do Imigrante, no Vale do Itabapoana, resgatando a história de uma colonização com forte influência açoriana. E contou com outros descendentes de famílias açorianas, como António Borges, Gino Bastos e Casemiro de Abreu.
A sede da nova casa está a 6 quilómetros da divisa com o Estado do Rio de Janeiro, para abranger institucionalmente todo o Estado do Espírito Santo, incluindo, especialmente, o Município de Viana, de profunda relação açoriana.
A prefeitura de Viana, que doou para o acervo um kit de quadros em tecido da artesã Ruimara retratando monumentos históricos da cidade, destacou na altura o trabalho do presidente da CAES Nino Moreira Seródio na junção de documentos e registos para recuperar história.
Viana carrega o nome do pioneiro Paulo Fernandes Viana, que, no ano de 1813, trouxe dos Açores 53 famílias que contribuíram para o povoamento do município.
Os primeiros que chegaram receberam terrenos, casas, ferramentas, carros de bois ou cavalgaduras. Eles instalaram-se nas proximidades do Rio Jucu e seus afluentes, Formate e Santo Agostinho, e iniciaram o cultivo de plantas. Cerca de 210 anos depois da chegada das primeiras famílias açorianas, Viana ainda carrega traços da imigração, seja na cultura, religiosidade e até mesmo nas pessoas, informa a prefeitura.
Já o personagem mais ilustre de Bom Jesus de Itabapoana foi o padre António Francisco de Mello, nascido na Achada, Nordeste, Ilha de São Miguel, que foi pároco de Bom Jesus de 1899 a 1947, construindo a igreja matriz do Bom Jesus e desenvolvendo o culto do Divino Espírito Santo.

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