Diário dos Açores

Retrocessos

Previous Article Bom exemplo vindo da Ilha do Pico
Next Article O GIGANTE ADORMECIDO

Transparência

A enorme crise laboral que atravessam setores fundamentais no turismo, deixam antever que os tempos mais próximos serão duros, mas, ironicamente, de crise de trabalho. NÃO HÁ QUEM QUEIRA TRABALHAR.
O problema tem sido estudado (mal, a nosso ver) de forma perniciosa, porque não passa quase exclusivamente por formações rápidas, em cima do joelho, pouco ou nada práticas sob o ponto de vista objetivo.
Sendo um largo apoiante do Estado Social, não concedo, no entanto, lugar aos abusos que têm sido praticados no campo da assistência aos menos favorecidos, sem qualquer tipo de fiscalização, uma vez que os dinheiros distribuídos são públicos e todos nós, contribuintes, pagamos.
O RSI, Rendimento Social de Inserção é suposto ser: “Um apoio destinado a proteger as pessoas que se encontrem em situação de pobreza extrema, sendo constituído por:uma prestação em dinheiro para assegurar a satisfação das suas necessidades mínimas, e;um programa de inserção que integra um contrato (conjunto de ações estabelecido de acordo com as características e condições do agregado familiar do requerente da prestação, visando uma progressiva inserção social, laboral e comunitária dos seus membros.”
Ora o que o Estado Açoriano fez durante anos e anos, foi pagar sem ver a quem, num frenesim de compra de votos a qualquer preço, para manter o poder político nos Açores.
Conheço pessoalmente famílias que vão na terceira geração a receber o RSI. Não trabalham (nunca) nem querem ouvir falar de trabalho. São parasitas natos do sistema. Quando raramente são chamados perante alguma assistente social, exibem os seus dotes de atores e encenam choros e lamentos da sua desgraça. E tudo continua na mesma. E alguns trabalham mesmo, fazendo horas aqui e ali por alguns euros que não declaram para não ultrapassar o mínimo mensal (a soma dos seus rendimentos mensais não pode ser igual ou superior a 189,66€). E são bastante jovens na sua maioria.
Os partidos políticos no poder, não gostam de tocar nesta batata quente. Primeiro a oposição da extrema esquerda vem logo em defesa da malandrice porque lhes convém. Segundo, ninguém tem a coragem de, uma vez por todas, exigir mais e melhor justiça para todos. Há efetivamente casos problemáticos (sempre haverá) de cidadãos que podem passar por fases menos boas e que necessitem ajuda do Estado que somos todos nós. Mas essa ajuda tem de ser temporária e não apenas financeira. Tem de ser também social. A baixa escolaridade não pode ser desculpa, desde que queiram DE FACTO trabalhar, render à sociedade que os ajuda quando precisam.
Todos os políticos eleitos são responsáveis, enquanto legisladores e decisores, da continuidade destes abusos praticados nas ventas de todos nós.

José Soares*

Share

Print

Theme picker