Diário dos Açores

Conjugalidade e Intimidade

Previous Article Em tempos de crise do açambarcamento à especulão
Next Article Herpes zóster. O povo chama-lhe Zona, Quebrela, Cobrão e Cobreiro

O sexo nas relações, evolui, muda, transforma-se. Se tudo no início é tendencialmente fácil, ao longo do tempo podem surgir algumas dificuldades. A psicoterapeuta Esther Perel fala sobre como o desejo surge do novo, do mistério, do desafio, da aventura, por outro lado, ao longo dos anos, a relação amadurece, conhecemos mais o outro, torna-se mais estável, previsível e rotineiro (estes ingredientes não favorecem o desejo).
Desta forma deixo alguns alertas sobre o que a relação e o sexo precisam:
AR e Distância
Se estiveres sempre “colado” ao teu parceiro/a não haverá muito para contar, muito para descobrir, pois não?  Pode parecer estranho mas é absolutamente fundamental que existam coisas que façam separados para que possam introduzir coisas novas na relação, além disso, como é que se pode sentir saudade estando sempre em presença?
EU e TU (individualidade)
Para que exista um casal (um NÓS) é preciso que cada um dos elementos tenha individualidade, exista, porque são precisos 2, para construir o terceiro elemento, o NÓS. É fundamental que os elementos do casal existam, caso contrário, se um anula outro, a identidade do casal pode ficar bloqueada e comprometer o bem-estar no casal.
Tirar TEMPO
O sexo precisa de tempo, precisa de oportunidade e precisa que o casal dedique este esforço. A maioria acredita que tem de ser espontâneo e que só assim será válido. Mas não se enganem, a vida é uma correria, rapidamente somos engolidos por responsabilidades. É preciso ser ativo no movimento para dar oportunidade.
Comunicação sem TABUS
A comunicação é fundamental em todas as situações e aqui não será exceção. É preciso saber o que correu bem, o que correu menos bem e que ideias têm para uma próxima vez.
Conhecimento Pessoal e RESPONSABILIDADE
Saber o que se gosta, o que não se gosta, que fantasias temos, o que gostaríamos de experimentar. Cada pessoa tem a responsabilidade sobre o seu prazer.
No fim do dia, depois de comunicado e expressado, NINGUÉM deve fazer o que não quer. E mesmo sendo normativo que exista desfasamento na libido entre casais (e que um possa ter mais vontade que o outro), ninguém tem obrigação de nada, cada um é responsável pelo seu PRAZER.
Fique bem, pela sua saúde e a de todos os Açorianos!
Um conselho da Delegação Regional dos Açores da Ordem dos Psicólogos Portugueses.

Catarina Moura Pires*
* Psicóloga Clínica e da Saúde

Share

Print

Theme picker