D. Sebastião, sua partida
Não é história esquecida
Com dez anos de Reinado
Depois, Alcácer Quibir
Foi para não mais sair
D’alcunha o “Desejado”
Ao morrer seu Pai D. João
Como não tinha nascido
Foi neto o D. Sebastião
O “Desejado” querido
Catorze anos lá, tinha
El-Rei D. Sebastião
O Tio e a Avozinha
Deram-lhe nomeação
Com o destino traçado
Sendo esta má opção
Já estava preparado
Partiu D. Sebastião
Após missa celebrada
E benzido o Estandarte
Lá foram para a largada
Tudo lindo cheio de Arte
Partida de Portugal
Parecia procissão
À frente a Galé Real
Lá ia D. Sebastião
Galés e barcos a vela
Todos ao chegar á hora
Pois foi uma coisa bela
Ver os ir pelo mar fora
Tanger e Arzila passaram
O pior vinha a seguir
Pois nunca imaginaram
Ir como Alcácer Quibir
Sendo bem pensado ou não
Para Alcácer Quibir
Mandou D. Sebastião
A pé todos o seguir
Se a pé e devagarinho
Alguns cavalos levaram
Para trás noutro caminho
Quinhentas velas ficaram
Se foi feita uma cilada
P’ra matar D. Sebastião
Após a dita batalha
Pois voltar não voltou não
D. Sebastião, conhecido
Como sendo o “Desejado”
Se foi Rei “Adormecido”
Vai hoje este aqui lembrado
João Sardinha *