Turista nacional é o primeiro caso Monkeypox nos Açores
Diário dos Açores

Turista nacional é o primeiro caso Monkeypox nos Açores

Previous Article Previous Article HDES conta com um novo equipamento de Tomografia Computorizada
Next Article É preciso facilitar a contratação no estrangeiro para colmatar a falta de mão-de-obra É preciso facilitar a contratação no estrangeiro para colmatar a falta de mão-de-obra

Um turista nacional de 42 anos foi confirmado como o primeiro caso positivo de infeção pelo vírus Monkeypox nos Açores, divulgou a Autoridade Regional de Saúde.
Em comunicado, a Autoridade Regional de Saúde refere que “o caso foi detetado no concelho de Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, tendo a delegação de saúde local, de imediato, tomado todos os procedimentos indicados neste âmbito”.
O homem afirmou ter mantido “contactos em Ponta Delgada, com familiares e com o companheiro, residente em São Miguel (testado nas últimas horas, com resultado negativo)”, tendo em ambos os casos a delegação de saúde de Ponta Delgada “determinado isolamento domiciliário e distanciamento físico com outras pessoas, até à resolução de todas as lesões”.
“O homem que testou positivo foi notificado do resultado na noite de sexta-feira, mas informou ter já viajado, também sexta-feira, de Ponta Delgada para o Porto, de onde em breve pensa regressar a Paris, cidade onde reside oficialmente e trabalha”, refere a Autoridade Regional de Saúde, acrescentando que o homem estava em São Miguel desde 26 de julho.
A Autoridade Regional de Saúde notificou as autoridades nacionais sobre o caso, para que estas o possam seguir no norte do país.

710 casos em Portugal

O surto de monkeypox em Portugal continua descontrolado, com 710 casos reportados nos últimos dois meses, 77 identificados na última semana.
Segundo a DGS, do universo de casos reportados no Sistema de Vigilância Epidemiológica a maior parte pertence ao grupo etário entre os 30 e 39 anos e são do sexo masculino, havendo agora quatro casos do sexo feminino, mais dois do que há uma semana.
A 16 de julho foi iniciada a vacinação dos primeiros contactos próximos de casos e até agora foram vacinadas 73 pessoas, dos 104 contactos considerados elegíveis (70,2%).
Nos EUA, com um recorde de 6 mil casos, foi declarada situação de emergência.

Vacinar a população

Um porta-voz da Direção-Geral da Saúde (DGS) para a Monkeypox que “pode fazer sentido” vacinar grupos da população antes da exposição ao vírus, uma possibilidade que depende do aumento de doses disponíveis.
“Prevejo que a muito breve prazo isso possa vir a fazer sentido e seja discutido internacionalmente e seja implementado em vários países. Precisámos, para ter mais tranquilidade a tomar esta medida, de mais vacinas”, disse a especialista da DGS Margarida Tavares.
Segundo afirmou, neste momento, com o número de vacinas contra a Monkeypox disponíveis, Portugal não tem “uma alternativa muito diferente” do que a atual de vacinar os contactos próximos dos casos de infeção confirmados, um processo que se iniciou em 16 de julho.
Portugal recebeu 2.700 doses de vacina contra a infeção humana por vírus Monkeypox, doadas pela Comissão Europeia, através da HERA (Autoridade de Preparação e Resposta Sanitária).
Margarida Tavares, que é diretora do Programa Nacional para as Infeções Sexualmente Transmissíveis e Infeção por VIH da DGS, manifestou-se esperançada que, em breve, o país possa ter mais vacinas, o que permitiria equacionar a vacinação de alguns grupos populacionais de pré-exposição ao vírus VMPX.
“Não está, neste momento, disponível grande número de vacinas para comprar” a nível global, referiu a médica.
A nível global, foram reportados mais de 16 mil infeções em 75 países, o que levou hoje o diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS) a declarar o surto como uma emergência de saúde pública de preocupação internacional.

Dos primeiros da Europa

“Fomos um dos primeiros países [da Europa] afetados e bastante afetados. Durante muito tempo esteve confinada à região de Lisboa e Vale do Tejo, que tem mais de 80% dos casos reportados, mas, neste momento, começa a ser afetada a zona Norte, que também já tem um número significativo de casos”, referiu Margarida Tavares.
De acordo com a especialista, a explicação para o número de casos registados em Portugal é “muito simples” e tem a ver com o facto de, quase em simultâneo com a Inglaterra, ter sido “onde começou” o surto na Europa ocidental, tendo depois surgido noutros países como a Alemanha, Espanha, França e Países Baixos.
“Ao contrário de outros países, que continuam ainda num crescimento exponencial de casos, nós tivemos um crescimento grande no início, mas há muitas semanas que estamos a ter o mesmo número de casos por semana”, assegurou a especialista da DGS.

 

Share

Print
Ordem da notícia1169

Theme picker