Diário dos Açores

“Construir o Futuro - Que Açores Queremos?”

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É assim intitulado o ciclo de sessões que o Partido Socialista Açores anunciou muito recentemente. Estas sessões, que terão lugar em todas as ilhas, têm o seu inicio previsto para o corrente mês.
Segundo nota pública, “Manter e reforçar o contacto com os militantes e simpatizantes do PS/Açores, ouvi-los sobre as respostas para os desafios atuais e futuros dos Açores e partilhar informações sobre a atuação presente e futura do Partido Socialista são os objetivos de uma série de encontros que o Presidente do PS/Açores, Vasco Cordeiro, promove ao longo dos próximos meses por todas as ilhas da Região, em articulação com as estruturas locais e de ilha.” E continuava referindo-se que “Cerca de três meses depois da realização do XVIII Congresso Regional do PS/Açores, Vasco Cordeiro, pretende reunir os militantes e simpatizantes de todas as ilhas da Região em sessões de debate, nomeadamente, sobre a atualidade política regional e sobre as respostas que o PS/Açores tem e quer construir para os desafios que os Açores e os Açorianos enfrentam.”
Espero, sinceramente, que este ciclo, que aplaudo, sirva para fazer chegar a voz dos que pouco se ouvem a quem tem capacidade de decisão. Mas, para tal, é preciso que estes se exprimam e depois que a mensagem seja mesmo escutada.
Acredito que, na oposição, assim será. Por outro lado, saúdo esta iniciativa pelo facto da mesma representar a correção de um erro na composição dos órgãos do partido.
O secretariado – órgão executivo do partido – tem vindo a ficar cada vez menos regional. As ilhas do Corvo, Flores, Graciosa e São Jorge não têm um representante no secretariado “regional”. Este ciclo vai permitir minimizar essa decisão política tomada pós último congresso, a qual gerou inúmeras críticas em vários palcos… e um ou outro voto contra na comissão. Mas a verdade é que o mal-estar não desapareceu. Ainda quanto ao congresso, outro dos erros que deverá ser corrigido é a ausência de propostas concretas.
A moção global de estratégia levada até à Horta, que foi aprovada por unanimidade e aclamação, apontava (e bem) os vários ângulos da sustentabilidade e da coesão como os principais desafios dos Açores. Acontece que as respostas ficaram muito no ar. Daí a importância deste ciclo.
O sucesso do mesmo estará na capacidade de apresentação, em cada uma das sessões, de respostas concretas, percetíveis e exequíveis, para os Açorianos. Se for só para criticar o atual Governo e/ou fazer a defesa dos anteriores executivos, não será grande contributo para “construir o futuro”.
Acredito que, ao fim de quase dois anos, o PS/Açores já percebeu várias coisas.
Este ciclo é, para mim, um bom sinal dessa aprendizagem. A terminar, e respondendo à pergunta constante do título, quero, acima de tudo, uns Açores onde não haja medo de ouvir o Povo. O Povo é sempre, sempre, sábio!


*Jurista

Hernani Bettencourt*

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