Diário dos Açores

A banalização do mal

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Desde sempre o meu nojo pelos nazis só era igualado pelo nojo pelos soviéticos embora claro estes tenham ficado do lado vencedorda guerra e dessa forma nunca pagaram pelos crimes queao longo de muito mais tempo e numéricamente foram bastante mais expressivos e pior sobre o que deveria ser o seu povo russo.
Aliás do outro lado da fronteira o camarada Mao encarregava-se de matar de fome dezenas de milhões de chineses e claro ainda hoje é um herói.
Quem tiver dúvidas ou ilusões leia o Livro Negro do Comunismo e perde-as todas mesmo que lhe dê um desconto.
Nos anos sessenta e setenta na Faculdade as discussões sobre motivações e legitimações do século mais bárbaro e asselvajado da nossa pseudo civilização encaminharam-nos para uma aceitação a medo como um mal menor do equilíbrio do terror atómico.
Mas a realidade é que nunca houve russos no poder sempre foram czares mais ou menos brutais ou idiotas e depois soviéticos sempre brutais e hipócritas como Estaline que conseguiu retirar a Hitler o triste título de maior assassino da história ia dizer humana mas não se aplica.
 O povo russo sempre teve de sofrer a brutalidade, a corrupção e hipocrisia dos soviéticos mesmo quando o império se começou a esfrangalhar e todos aqueles países esmagados só quiseram dizer adeus aos soviéticos e só na Roménia foi necessário como medida de limpeza higiénica executar a porcaria do casal Ceausescu.
E o equilíbrio do terror que vinha das Baías dos Porcos, crises de Cuba e outras foi-se mantendo e quase tivemos pena do falso fim da União Soviética e até do desmantelamento imaginário dos arsenais nucleares e do suposto fim da pesquisa da bomba do juízo final que está no segredo dos deuses quem tem ou não.
Qual é a diferença entre a União Soviética rebaptizada Federação Russa e as nossas deficientes democracias ocidentais?
Como dizia Eça de Queirós os políticos e as fraldas dos bebes devem ser mudados regularmente e pela mesma razão.
E bem ou mal isso vai acontecendo ou é mais ou menos possível nas dezenas de países que se aproximam do conceito teórico e claro não acontece na assim chamada Federação Russa, na Venezuela, em Cuba e em muitos países totalitários ou e bestializados como Myanmar apenas para dar um exemplo do outro lado.
Foram-nos impingindo nos livros de História e correntes de pensamento dominantes que a história era uma longa sucessão de bestialidades e que os últimos 150 anos eram a libertação da humanidade da escravidão e da fome enfim do mal.
Quando é exactamente ao contrário nunca em tão pouco tempo se sucederam bestialidades como as dos nazis ou dos comunistas que no entanto são apenas os expoentes máximos muitos outros merecem estar na lista
Com a visão da vida de Hannah Arendt nodocumentário “ A banalização do mal” título de um dos seus livros, a morte das ilusões sobre alguns  judeus e o ajuste de contas com alguns poucos nazisque passou quase despercebido na 2 apesar de pela primeira vez nele ter visto a traição de alguns judeus a imagine-se!!!crianças e o exército americano a recolher uns milhares de alemães e obriga-los a atravessar campos de concentração ainda com centenas de cadáveres esqueléticos á vista.
Há alguma pacificação retroactiva nesses ajustes de contas do fim da segunda guerra embora não concorde com o tratamento quase humano dado àqueles animais permitindo-lhes serem executados em uniforme nazi em vez de restos de roupas dos campos de concentração.
Os soviéticos de hoje são iguaizinhos aos nazis de Hitler na pilhagem do território roubado á Ucrânia, as violações de tudo o que ainda é considerado comportamento do género humano, o roubo dos cereais e a pilhagem das casas particulares e dos mortos nas ruas, a pilhagem dos Museus tudo igual.
Qualquer razão que tivessem no tratamento dado aos territórios que consideram seus perdeu-se nos milhares de mortos da guerra.
Não tenho esperança de ver todos estes criminosos de guerra (que infelizmente os nossos canais continuam a pôr no ar) a espernear pendurados na corda que merecem.
Mas tenho esperança que se estabeleça uma verdadeira e definitiva cortina de ferro nas fronteiras em que nada nem ninguém deve passar até nos esquecermos que existem aqueles animais do outro lado ou os russos verdadeiros se conseguirem livrar deles sem dó nem piedade.

João Paim *

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