Diário dos Açores

Rui Diogo Silva: Gestor notável do Atletismo Terceirense e da Associação Cristã da Mocidade

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Desportistas do meu tempo

O Rui Diogo, como era conhecido entre os colegas do Liceu Nacional de Angra do Heroísmo, foi meu colega de turma durante o nosso percurso liceal. Nas aulas de Educação Física estava sempre motivado para participar nos jogos desportivos que o professor Monteiro Paes ensinasse. Embora não fosse um atleta predestinado era um grande entusiasta do fenómeno desportivo,o qual seguia a par e passo, através da comunicação social então existente (jornais e rádio). As nossas conversas eram sobretudo relacionadas com o desporto, com especial ênfase na equipa de basquetebol dos Escuteiros da Base e do Sport Club Angrense, onde eu jogava futebol.Como praticante desportivoa sua preferência inclinava-se mais para o atletismo (corridas de meio fundo), mas isso não o impedia de participar nas futeboladas no estádio da pedra e outras actividades que surgissem.
Entretanto, a sua disponibilidade e atitude ético-desportiva inspirava-o a uma futura colaboraçãocom a comunidade juvenil do meio associativo desportivo. Assim,entendeu e bem, que no âmbito da sua valorização pessoal, estava vocacionado para o desempenho de diversas funções no sistema desportivo, tais como a organizaçãodo treino dos mais jovens, o apoio à arbitragem ou até a própria gestão desportiva. Nesse sentido, começou por orientar as equipas de basquetebol das categorias de juvenis e seniores do Sport Club Angrense e, também, foi o coordenador técnico do atletismo no clube encarnado.    
Bancário de profissão, foi funcionário do Banco de Portugal em Angra do Heroísmo, exercendoo cargo de Subgerente. Segundo os seus colegas de profissão, o Rui Diogo era possuidor de uma memória invulgar pois decorava com facilidade os dados dos clientes. Para além do desporto, os seus passatempos preferidos, eram a numismática e o jornalismo desportivo,  colaborando com os jornais locais. Tinha uma coluna regular no Diário Insular denominada “De vez em quando”.
Na antiga delegação distrital da Direcção Geral dos Desportos, então liderada pelo Luís Bretão, foi coordenador técnico-pedagógico do Atletismo entre 1975 e 1980. A partir dessa data foi nomeado Delegado dos Desportos de Angra do Heroísmo, funções que exerceu até 1984. Foi o principal dinamizador na criação da comissão instaladora da Associação de Atletismo da ilha Terceira que acabou por só ser oficializada em 1990, através de escritura pública. No atletismo, também foi juíz durante vários anos e presidente do respectivo conselho de arbitragem.
Na áreada deficiência, foi o impulsionador da criação da Associação Cristã da Mocidade (ACM) na ilha Terceira, tornando-se seu vice- presidente em 1984. Na ACM introduziu o atletismo federado e criou condições favoráveis ao seu desenvolvimento, tendo contratado o prof. Leodolfo Correia para treinador. A sua aposta na modalidade potenciou a instituição a nível regional, nacional e mesmo internacional. Nos actos eleitorais que se seguiram foi eleito Presidente da direção, cargo que exerceu durante vários mandatos até ao fim da década de 90, ano em que introduz o atletismo adaptado. Durante os seus mandatos a ACM adquiriu sede própria na freguesia de S.Pedro e mais tarde construíu um ginásio anexo à sede.
O Rui Diogo, foi sempre um grande defensor do desporto ao serviço da juventude e dos clubes desportivos que  apoiavam a formação dos praticantes mais novos.Estava sempre disponível para dar a sua colaboração aos mais desfavorecidos enquanto gestor de diferentes instituições desportivas. A juventude terceirense teve a felicidade de beneficiar, em tempo, doentusiasmo e liderança do Rui Diogo, Um Grande Senhor do Desporto Açoriano, de quem tive a sorte de ser colega no liceu e Amigo para sempre.

Eduardo Monteiro *

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