Diário dos Açores

Venha ao 36º celebrar o 20º aniversário dos Colóquios da Lusofonia

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Na data em que isto for publicado e  lido,  já está a decorrer o 36º colóquio em Ponta Delgada (30 setº a 5 outº) celebrando os magníficos vinte anos de colóquios da lusofonia com sessões de poesia, história, humor e literatura.
Neste evento, organizado pela AICL (Associação Internacional dos Colóquios da Lusofonia), celebraremos os 70 anos de vida literária do decano dos escritores açorianos EDUÍNO DE JESUS, os 50 anos de vida literária do ilhanizado CHRYS CHRYSTELLO, e o autor do ano Pedro Paulo Câmara.
Nesta edição assistiremos ao lançamento de seis novos livros:
O DIÁRIO II de Maria João Ruivo,
a NOVA ANTOLOGIA DE AUTORES AÇORIANOS de Helena Chrystello,
o livro póstumo POR DETRÁS DA CORTINA DE ENGANOS de Norberto Ávila (patrocinado pela AICL),
a CRÓNICA DO QUOTIDIANO INÚTIL, 50 anos de vida literária, volumes 1 a 6;
LIAMES E EPIFANIAS AUTOBIOGRÁFICAS vol 5 de CHRÓNICAÇORES;
ALUMBRAMENTO: CRÓNICAS DO ÉDEN vol. 6 de CHRÓNICAÇORES, estes de J Chrys Chrystello.
Haverá outras obras a serem apresentadas pelos seus autores como o “Beat” de Luís Filipe Sarmento, “A escrava açoriana” de Pedro Almeida Maia e outras.
Teremos cinco sessões de poesia (Eduíno de Jesus, Chrys Chrystello, Luís Filipe Sarmento, Pedro P Câmara e o grupo Palavras Sentidas com Mário Sousa.
Fruto das parcerias  da AICL com a Câmara de Belmonte e de Ponta Delgada haverá
•    Recital de música de câmara no Conservatório de Ponta Delgada
•    Momento Belmonte-Brasil (Bahia). Da Carta de Caminha ao Patxohã: a Luta do Rochedo Contra o Mar, uma performance teatral, histórica/cultural, na qual o embate entre a língua portuguesa é levado à cena pelas personagens “Carta de Pero Vaz de Caminha”, primeiro documento oficial escrito no Território Brasileiro (Carleone Filho)  e a língua dos Povos Originários, representada pela Patxohã  ( Raoni Pataxó). Nesse contexto, o olhar  da Carta sobre  futuro do Novo Mundo entra em conflito com a atual situação de resistência das línguas originárias do território brasileiro. Se por um lado, após mais de quinhentos anos da chegada do navegador português Pedro Álvares Cabral às terras brasileiras, temos a língua portuguesa oficializada, por outro temos a forte influência dos troncos  linguísticos indígenas Tupi e Macro-Jê  no falar cotidiano, em uma batalha diária que faz do Português Brasileiro uma língua ímpar, forte e  capaz de integrar culturas diversas.
•    Música judaica na Sinagoga
O colóquio tem as sessões no auditório do Centro Cultural Natália Correia na Fajã de Baixo.
Na participação musical teremos a habitual presença da pianista e maestrina residente Ana Paula Andrade que estará acompanhada ao piano por Carolina Constância ao violino e a voz da Helena Castro Ferreira além da flauta de António Costa da Escola de Música de Belmonte e uma aluna do Conservatório local.
Encerramos as sessões com dois recitais: um com o guitarrista e compositor RAFAEL FRAGA (que regressa aos nossos colóquios), outro com o poeta e compositor ANÍBAL RAPOSO que interpretarão diversos temas.
De regresso também o cineasta FRANCISCO ROSAS que projetará o seu documentário CINE ESPERANÇA.
Da diáspora brasileira Vilca Merízio e Ronaldo Pires divulgarão a açorianidade em Santa Catarina (Brasil) em sessões que trazem autores dos EUA E CANADÁ (Scott Edward Anderson, Eduardo Bettencourt Pinto, Susana L M Antunes) e o Diretor Regional das Comunidades, José Andrade.
Hilarino da Luz leva-nos à sua terra Cabo Verde e à obra da consagrada VERA DUARTE.
Tal como em 2021 teremos uma sessão dedicada ao candente tema da EDUCAÇÃO, e mantivemos a habitual sessão dedicada à Tradução.
Saliente-se que, pela primeira vez, o Colóquio foi considerado de UTILIDADE PÚBLICA para permitir a presença de professores.
MAIS DE SEIS CENTENAS DE ORADORES (um recorde absoluto de meia centena de autores açorianos, açorianizados,etc.) irão preencher as sessões quer falando das suas obras quer falando dos seus percursos pessoais e literários.
Todos os detalhes em 36º colóquio da lusofonia 30 set a 5 out (lusofonias.net)
Venha celebrar connosco o 20º aniversário dos colóquios da lusofonia, nesta 36ª edição generosamente patrocinada pelo município de Ponta Delgada.

A Lusofonia é uma capela sistina inacabada; é comer vatapá e goiabada, um pastel de bacalhau ou cachupa, regados com a timorense tuaka ao ritmo do samba ou marrabenta; voltar a Goa com Paulo Varela Gomes, andar descalço no Bilene com as Vozes anoitecidas de Mia Couto, rever os musseques da Luuanda com Luandino Vieira, curtir a morabeza cabo-verdiana ao som De boca a barlavento de Corsino Fontes, ouvir patuá no Teatro D. Pedro IV na obra de Henrique de Senna-Fernandes, e na poesia de Camilo Pessanha; saborear a bebinca timorense em plena Areia Branca ao som das palavras de  Francisco  Borja da Costa e Fernando Sylvan, atravessar a açoriana Atlântida com mil e um autores telúricos, reencontrar em Salvador da Bahia a ginga africana, os sabores do mufete de especiarias da Amazónia, aprender candomblé e venerar Iemanjá, visitar  as igrejas e casas coloridas de Ouro Preto, Olinda, Mariana, Paraty, Diamantina, e sentir algo que não se explica em Malaca, nos burghers do Sri Lanka, em Korlai ou no bairro dos Tugus em Jacarta. É esta a nossa lusofonia (Chrys Chrystello abril 2019).

 

*Jornalista, Membro Honorário Vitalício nº 297713

Chrys Chrystello*

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