Diário dos Açores

O cérebro precisa de ir ao ginásio!

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Que é necessário exercitar o cérebro, a grande maioria das pessoas sabe. Mas quando, comoe com que pretexto?Aísurgemas dúvidas.
É relativamente comum ouvir-se chamar o cérebro de músculo, o que não é verdade. Mas, na realidade, podemos estabelecer um paralelismo entre os dois, já que o órgão cérebro – tal como um músculo – requer a prática regular de ginástica para manter ou melhorar a sua eficácia e eficiência.
Com o termo ginástica não nos referimos a manter as atividades habituais, automáticas e rotineiras. A ginástica cerebral requer desafio, surpresa e criatividade. Assim como não aumentamos os bíceps a pegar numa caneta, só conseguimos estimular o cérebro com tarefas que para ele sejam difíceis.
Mas atenção, não queiramos ir pela primeira vez ao ginásio e levantar logo 100kg. O esforço tem que ser gradual e o nível de dificuldade deverá corresponder ao imediatamente acima do nosso nível razoável. Concluído o desafio com relativa facilidade, está na hora de subir mais um degrau.
Oiço frequentemente conversas como “o meu cérebro já está gasto”, “esgotei o meu cérebro”, “o meu cérebro já não tem espaço para mais”, como se o cérebro fosse um recipiente de capacidade limitada. Muito pelo contrário, o cérebro é capaz de acrescentar de forma ilimitada ligações neuronais (como que autoestradas de informação interligadas) e, inclusivamente, de gerar novos neurónios (neurogénese), mesmo durante o envelhecimento, se cumprida a “ginástica cerebral” regular.
Vamos pôr o cérebro à prova: experimente, por exemplo, escovar os dentes e o cabelo com a mão não-dominante (a esquerda, para a maioria das pessoas);lavar-se de olhos fechados; identificar o valor de moedas nos bolsos através do tato; antes de dormir, recapitular o seu dia em ordem inversa; examinar o inesperado. O seu cérebro agradecerá.
Fique bem pela sua saúde e a de todos os açorianos.
Um conselho da Delegação Regional dos Açores da Ordem dos Psicólogos Portugueses.


* Neuropsicóloga

Sara Câmara*

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