Os cabos submarinos no Orçamento de Estado
Diário dos Açores

Os cabos submarinos no Orçamento de Estado

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Os novos cabos submarinos que vão ligar o continente às ilhas vão ter uma componente ‘smart’, “conferindo uma componente estratégica em várias dimensões”, segundo a proposta de lei do Orçamento do Estado para 2023 (OE2023).
No próximo ano, o Governo “continuará a promover o posicionamento geoestratégico de Portugal no âmbito da conetividade internacional, visando suportar a transformação digital da sociedade e da economia, atrair investimento estrangeiro em infraestruturas tecnológicas no âmbito dos ecossistemas digitais, melhorar a competitividade portuguesa na economia digital global e aumentar a autonomia tecnológica nacional”, lê-se no documento.
As comunicações eletrónicas “entre Portugal Continental e as Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira são atualmente asseguradas através de um sistema de cabos submarinos (Anel CAM), cuja previsão de obsolescência aponta aos anos 2024 e 2025”, aponta o executivo, referindo que “a substituição desta Plataforma Atlântica visa cumprir com os objetivos de fortalecimento da coesão territorial nacional, garantindo a conetividade interna e a capacitação para a promoção de interligações internacionais”.

Reforço de componente ‘smart’

A nova infraestrutura, adianta, “permitirá ainda um reforço das iniciativas no âmbito da investigação, através da implementação de uma componente ‘smart’ nos novos cabos submarinos (sensorização e tratamento de dados), conferindo uma componente estratégica em várias dimensões, como a defesa e a segurança nacionais”, salienta o Governo liderado por António Costa.
Recentemente, no parlamento, o presidente da Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom), João Cadete de Matos, defendeu que o “novo anel de cabos submarinos é estratégico” para Portugal e de “grande relevância” para os Açores e para a Madeira e classificou de “essencial” que sejam ‘smart’, os quais além da área das comunicações eletrónicas, têm sensores que podem ser utilizados para a investigação científica, proteção do ambiente e para ter alertas de sismos ou tsunamis, já que atravessam várias placas tectónicas.
“Paralelamente, esta Plataforma dotará Portugal de melhores condições de atratividade e de competitividade para a amarração de cabos submarinos, assim como para investimentos no mercado digital ligados à estratégia de conetividade”, ou seja, “instalação de centros de armazenamento e computação de dados e exploração comercial de dados e sistemas, áreas tecnológicas e de inovação e exploração científica de dados, entre outros”, refere o Governo, na proposta de lei do OE2023.
No fundo, tratam-se de cabos submarinos inteligentes de última geração.
“A melhoria da conexão entre os diferentes territórios de Portugal, a par com a possibilidade da introdução de sensores, traduz de forma clara a estratégia de Portugal no quadro do Atlântico, afirmando-se como um gestor competente de uma vasta área oceânica, reforçando-se a capacidade de monitorização das áreas marinhas protegidas e promovendo-se a resiliência nacional face a grandes desastres naturais”, conclui o executivo.

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