Diário dos Açores

Terra Mãe e Direitos de Ser

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TERRA MÃE
QUADRA E VERSOS DITOS POR MINHA/NOSSA MÃE,
LEONTINA MARIA OLIVEIRA MEDEIROS
AOS 86 ANOS DE IDADE

Ontem, 22 de abril de 2023, foi o Dia Mundial da Terra. Desde sempre tenho uma forte ligação à Terra, ao Campo, de onde provém a Seiva da verdadeira Cultura. Sou Natural dos Ginetes (Concelho de Ponta Delgada/S. Miguel/Açores). Desde criança que sei o que é cavar terra, Hoje, há décadas, sou Professor e Professor Universitário e guardo o meu Primeiro Sacho com que cavei terra, semeei, plantei e transplantei. Metáforas que aprendi no Campo antes de aprender nos livros. Hoje é o dia do livro. Escrever é lavrar.
A vida está cheia de livros e os livros estão cheios de vida.
Aqui registo, e partilho, umas quadras que a minha amada Mãe hoje, dia 23 de abril de 2023, me voltou a ditar. Tenho tantas e tantas coisas que escrevi, rigorosamente, textualmente, como a minha/nossa amada Mãe, Leontina Maria Oliveira Medeiros, me disse, - me foi dizendo - ao longo do Tempo. Tudo rigorosamente escrito e datado. A minha/nossa Mãe ditou-me, hoje, de novo, com toda a doçura e verticalidade interior, com Princípios e Valores, de Sempre, que na minha Mãe nunca vacilaram, nem vacilam. Testemunho como Filho e como Cristão e Católico. Aos 86 anos de Idade, com toda a sua vulnerabilidade, a nossa Mãe tem uma Fé Poderosa e Inabalável, que, dia a dia, momento a momento, me mostra o Caminho de Cristo, o Único Caminho, os outros não são caminhos são precipícios para onde se pode cair ou ser empurrado pelas maldades do mundo. Por isso, decidirmo-nos, sempre, pela voz de Deus, “que chama sem cessar”. No seu rosto e olhar de luz, vejo na minha Mãe uma Luz Sobrenatural, uma paz imensa, com muito Amor e Humildade, sempre Fiel a Deus, a Jesus Cristo, ao Divino Espírito Santo, a Nossa Senhora, ao Santíssimo Sacramento, a todos os Santos e Santas de Deus. Sempre com o Dom da Alegria.
Eis a quadra, os versos, sobre a TERRA MÃE, que a nossa Mãe aprendeu e assimilou na Escola Oficial, e que Guarda na sua Memória, porque sempre amou, e ama a Natureza.

“Ó Terra, Ó minha Mãe,
Mãe de Fartura e Paz,
És generosa e forte
Tu só de Bem és capaz”

(Quadra e versos ditos por minha/nossa Mãe, hoje, 23 de abril de 2023, pelas 15 horas, Hora de Cristo, Hora dos Açores, Leontina Maria Oliveira Medeiros)

Na nossa casa dos Ginetes, onde todos crescemos, tínhamos, no quintal, uma laranjeira, frondosa, que dava doces laranjas de umbigo.
Décadas depois, tenho na nossa Casa, em Ponta Delgada, (quase no centro da Cidade) árvores de frutos, uma delas é uma laranjeira frondosa, que já este ano de 2023 deu muitas, gradas e suculentas laranjas de umbigo. Laranjas muito doces, muito saborosas. E, há poucas semanas, voltou a florir, ficou repleta de flor branca, boa floração, que já caiu, deixando em toda a Laranjeira pequenos botões de laranja, que vou vendo crescer, sem dar por isso, como é da natureza de todo o crescimento. É uma Laranjeira que me faz lembrar a “Árvore da Vida” (só em imaginação, claro). A Terra do meu Quintal é muito fértil, terra preta, de tantas vezes cavada por mim. A Terra, se é pura, é sempre abençoada.  Só Deus é o SENHOR da Vida e, desde os Génesis, guardou para si, em exclusividade, a “Árvore da Vida”.
Tudo em Louvor ao Criador, a Deus, “O Senhor da Vida”.
Ponta Delgada, S. Miguel/Açores, 23 de abril de 2023,

Fotografia de Emanuel Oliveira Medeiros (Fotografia do Arquivo particular e pessoal)

25 de abril de 1974:
Verdade, Liberdade e Direitos

Com o 25 de abril de 1974 não se tratava de criar cidadãos, o cidadão faz-se, exercendo, e exercendo-se, chamando todos à participação e colaboração no que é de Todos. O Estado não é uma abstração, o Estado tem rostos, os rostos dos cidadãos, no caso de Portugal, os Português, no Caso da Europa, nós, europeus, etc. São as pessoas que, como tal, se tornam cidadãos, desde logo na Dignidade de Pessoas. Não se faz cidadãos de e por incubadora. Uma coisa diferente foi uns poucos que foram liderando os partidos e os dirigentes e os “boys” (e as girls) , “os job for the boys” (A. Guterres) foram sugando as estruturas do Estado e do Governo, - depois tornaram-se máquina incontroláveis e insaciáveis, - em todos os partidos políticos - dando origem ao tal “pântano”, por isso, face ao sucessivo, e elevadíssimo, absentismo eleitoral, os “políticos encartados” (cuja única profissão era - é - ser filiado, de boca fechada, (se não for líder, porque o partido é que pensa, isto é, o “líder”) viram-se, vêm-se na obrigação - não da vontade - (face à falência de todas as máquinas de propaganda, internas e externas) de aprofundarem a participação dos cidadão, nas várias eleições, em Portugal, no seu conjunto, e aprofundar a Autonomia, de pensarem, mais e melhor, a Democracia Participativa, para além da Democracia Representativa. A liberdade conquista-se todos os dias como tantas vezes lembrava, com autoridade moral, o Dr. Mário Soares.
A Verdade, a Liberdade e o Desenvolvimento são finalidades e tarefas fundacionais e inacabadas, a exigir mais e mais, de todos e de cada um/a.
Se hoje, dia 25 de abril de 2023, Celebramos a Liberdade devemos, antes, celebrar a Verdade, é a Verdade que nos dá o Sentimento da Dignidade inerente a cada Ser Humano, por Direito Natural e Divino. Basta ver que a Conceção de Pessoa se deve ao Cristianismo. Nunca será demais dizê-lo e agir em conformidade, mesmo num Estado Laico, como é Portugal, uma República, de Estado de Direito Democrático. Reguemos a Planta e a Flor da Democracia, em cada dia, no Horizonte do Princípio da Paz, para termos e Sermos, Agora e no Futuro.

Emanuel Oliveira Medeiros
Professor Universitário*

*Doutorado e Agregado em Educação e na Especialidade
de Filosofia  da Educação

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