Criada bolsa de estudos José Francisco Costa
Diário dos Açores

Criada bolsa de estudos José Francisco Costa

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No âmbito dos 20 anos do Luso Centro do BCC

O Luso Centro, do Bristol Community College, em Fall River, está a celebrar 20 anos de existência e para assinalar a data realizou-se na noite do passado sábado, tendo por palco a Banda de Nossa Senhora da Luz, na cidade dos teares, um banquete que contou com docentes, alguns alunos, diversas entidades municipais e estaduais, figuras do associativismo luso, do primeiro presidente do BCC, Jack Sbrega e ainda do mayor de Fall River, Paul Coogan.
Instituído em 2002, o Luso Centro dedica-se ao estudo da língua e da cultura portuguesa como forma de celebração e incentivo ao estudo da cultura lusófona.
Através dos anos, o LusoCentro tem sido efetivamente um centro de oportunidades para celebrar, estudar nutrir essa herança lusa demonstrada por eventos especiais e programas académicos, incluindo um programa de certificado de intérprete.
Essa missão foi reconhecida e valorizada na noite do passado sábado pelos deputados estaduaisAlan Silvia e Paul Schmid, pelo senador Michael Rodrigues, pelo mayor de Fall River, Paul Coogan e ainda por Jack Sbrega, antigo presidente do Bristol Community College, que na sua intervenção recordou como tudo começou e a importância que assume na comunidade. As entidades políticas acima mencionadas atribuiram diplomas de honra ao atual diretor do LusoCentro, Carlos Almeida, que sucedeu no cargo a José Francisco Costa, que iniciou o centro.
Na cerimónia de sábado, Carlos Almeida começou por agradecer a presença de todos ao mesmo tempo que sublinhou a importância do Luso Centro e o apoio que tem recebido, designadamente por parte do tecido empresarial luso e da comunicação social portuguesa da região, pela forma como tem divulgado e projetado as iniciativas deste centro.
Laura Douglas, atual presidente do BCC, fez uma intervenção por vídeo e regozijou-se pelo sucesso do LusoCentro nos seus 20 anos de existência e a importância que assume no âmbito desta diversidade cultural da cidade e da região tendo dirigido palavras de reconhecimento pelo trabalho de ambos os diretores (José Francisco Costa, antigo e Carlos Almeida, atual).
Seguiu-se jantar para depois Carlos Almeida, na sua intervenção, ter recordado as etapas marcantes de um percurso de duas décadas.
José Francisco Costa, antigo diretor do Luso Centro, visivelmente emocionado, referiu que o sonho foi concretizado mas há que manter bem viva essa chama, para bem da cidade, da comunidade e da língua e cultura portuguesas, ele que foi distinguido por Carlos Almeida e outros representantes com a atribuição de um placa de honra por serviços valiosos prestados ao Luso Centro.
Contudo, a surpresa da noite e que deixou Costa emocionado foi sem dúvida a criação de uma bolsa de estudos em seu nome pela sua dedicação e visão na criação do Luso Centro em 2002. “Não tenho palavras e esta certamente que não estava à espera, mas o que importa aqui referir é que o sonho foi criado e vai manter-se e por isso peço a todos que mantenham bem vivo este projeto para bem da cidade, do BCC, da língua e da cultura lusófonas.
“Há coisas que acontecem na vida que não esperamos embora reconheça que o que eu fiz foi parte da minha tarefa profissional, mas para mim esta criação de uma bolsa de estudos em meu nome foi de facto uma surpresa muito grande e também devo confessar que a criação do LusoCentro foi sempre um sonho que acalentei, mas as oportunidades advêm de uma combinação de muitos factores, estando no lugar certo na altura certa e com muita gente à minha volta a incentivar a fazer algo de tal forma que se transformou numa obrigação para mim e avancei então com a ideia de criar o LusoCentro, com a preciosa ajuda do presidente do BCC, Jack Sbrega, que me abriu caminho para a criação deste projeto”, disse ao Portuguese Times José Francisco Costa, que não salientou ainda o apoio importante da comunicação social lusa destas paragens.
O sucesso do Luso Centro foi de tal forma que excedeu as expetativas de José Francisco Costa e do corpo docente e administrativo do Bristol Community College: “Confesso que este projeto superou todas as expetativas e na altura nem pensava que iria durar 20 anos, mas a verdade é que com a ajuda da comunidade e de algumas entidades que contribuiram para a sustentabilidade do projeto e reconheço que esse apoio foi preponderante”, disse Costa, muito satisfeito pelo sucesso e concretização deste sonho.
Sob a direção de José Francisco Costa surgiram iniciativas de relevo, como por exemplo o dia mundial da língua portuguesa com a participação de outros institutos de ensino da região, espetáculos de teatro, concertos musicais, nomeadamente a vinda do grupo de música tradicional açoriana, Belaurora, entre muitas outras.
Carlos Almeida, atual diretor do Luso Centro, também falou ao PT:
“O Luso Centro está de boa saúde e temos mantido ao longo destes anos muitas atividades e mesmo em tempos difíceis, como a pandemia que agora terminou conseguimos manter diversas atividades, presenciais e virtuais”, começou por referir ao PT Carlos Almeida, que recordou a criação do centro: “Foi criado com a instituição do primeiro “Presidential Fellowship”, Jack Sbrega, que providenciou esta bolsa para criar o centro, que se destina a promover a cultura portuguesa e lusófona em geral e para além disso oferecemos não apenas aulas de língua portuguesa como também certificado de intérprete em português e dispomos de um grande acervo de livros sobre a lusofonia e uma coleção intitulada “The Dabneys Collection” em alusão à família Dabney que residiu durante larga temporada na ilha do Faial.
Ontem, dia 09 de maio, entre as 9:00 e o meio-dia, foi celebrado o Dia da Língua Portuguesa, tendo por palco o auditório do BCC, com a participação de mais de duas centenas de alunos dos vários liceus da região.
Sobre a festa do passado sábado, Carlos Almeida mostrou-se satisfeito pela comparência de vários representantes políticos e associativos da região:
“Temos aqui representantes de associações luso-americanas, americanas e institutos de ensino, como a UMass Dartmouth e a Bridgewater State University, com quem mantemos parcerias, designadamente através de mostras de filmes, conferências, lançamentos de livros, etc.”, referiu Almeida, que se mostra otimista no sucesso do Luso Centro para os próximos anos através da criação de diversas iniciativas que visam a divulgação e expansão da língua portuguesa e cultura lusófona em geral não esquecendo formas de cooperação com a Universidade dos Açores e de Cabo Verde, através de programas de intercâmbio. “Não tenho dúvidas de que o Luso Centro vai continuar a servir a comunidade de expressão portuguesa”, concluiu Carlos Almeida, que assumiu a direção do Luso Centro em 2015 mas esteve sempre ligado ao projeto desde o seu início.
A noite terminou com a atuação de um conjunto musical caboverdiano da comunidade.

por Francisco Resendes, nos EUA *

Exclusivo Portuguese Times/
Diário dos Açores

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