O PS/Terceira alertou para a quebra de dormidas em alojamentos turísticos na ilha, em Fevereiro e Março, acusando o Executivo açoriano de não ter uma estratégia para o sector.
“Pelo segundo mês consecutivo, no ano de 2023, a ilha Terceira teve quebras nos seus números relativos às dormidas turísticas”, afirmou o membro do secretariado da Terceira do PS, Luís Leal, numa conferência de imprensa em Angra do Heroísmo.
Segundo o dirigente socialista, que citou dados do Serviço Regional de Estatística dos Açores (SREA), em fevereiro, a Terceira registou uma quebra no turismo de 21%, equivalente a 5.304 dormidas, face ao mesmo mês de 2020 (pré-pandemia de covid-19), e, em março, baixou 18% em relação ao mesmo mês de 2022, contabilizando menos 5.681 dormidas.
Graciosa, Terceira, Corvo e São Jorge registaram quebras nas dormidas em hotelaria, tipologia que registou mais de metade das dormidas turísticas da Região nesse mês.
“Ao contrário do que acontece no país, na Europa e até noutras ilhas da Região, na ilha Terceira o turismo está a diminuir significativamente, o que constitui uma dificuldade acrescida ao desenvolvimento da nossa ilha e uma maior perda de importância no contexto regional”, frisou o membro do secretariado da Terceira do PS.
Luís Leal acusou o Governo Regional de não ter “uma estratégia promocional conjunta estruturada, enquanto arquipélago”, alegando que os voos que se destinavam à Terceira “passaram a ser canalizados para outra ilha” ou foram “suspensos”.
“A redução do turismo na ilha Terceira explica-se com a redução de operações aéreas para a Terceira com destinos estrangeiros, a redução de ligações da Ryanair [e] o término dos encaminhamentos gratuitos entre ilhas, o que permitia que um turista viajasse para a ilha de São Miguel, por exemplo, se o seu destino final fosse a Terceira e não pagaria mais por isso”, salientou.
Para Luís Leal, é preciso reforçar as ligações aéreas da Terceira com outros destinos turísticos e manter as existentes, bem como “melhorar a aposta na promoção externa” e criar “novos produtos turísticos para a ilha”.
“A continuar o abandono e o desinvestimento do Governo dos Açores na ilha Terceira, os empresários ficam a perder, os trabalhadores do sector prejudicados, o destino enfraquecido e a ilha Terceira continua a ficar para trás, também, no sector turístico”, criticou.