A importância do Desporto no contexto político regional
Diário dos Açores

A importância do Desporto no contexto político regional

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Visita Histórica do Presidente da República, General Ramalho Eanes, à Região Autónoma dos Açores

Fez agora 40 anos que o Presidente da República de Portugal, General Ramalho Eanes, efectuou uma visita oficial aos Açores a convite do Dr. Mota Amaral, então Presidente do Governo Regional. Foi um momento histórico no reconhecimento e apoio à autonomia do povo açoriano. No âmbito do programa da recepção ao Presidente da República, o Dr. Mota Amaral, perfeito conhecedor e grande apoiante do projecto de desenvolvimento desportivo que se estava a implementar na Região Autónoma dos Açores, fez questão de se incluir um festival desportivo na zona escolar de Ponta Delgada. 
Entretanto, o Dr. Mota Amaral solicitou-me que na qualidade de Director Regional de Educação Física e Desporto elucidasse o General Ramalho Eanes sobre o modelo adoptado no sistema desportivo da Região Autónoma dos Açores. A criação de uma Direção Regional de Educação Física e Desporto (DREFD), integrada na Secretaria Regional da Educação e Cultura, era uma opção inovadora em Portugal. No percurso escolar as actividades curriculares tinham como base o cumprimento das etapas da formação desportiva das crianças na escola primária através da animação e educação desportiva, continuadas no ciclo preparatório com o ensino desportivo diversificado e orientadas no ensino secundário para o aperfeiçoamento desportivo.
A educação desportiva nas escolas do 1º ciclo do ensino básico era uma prioridade, apoiada por uma rede de professores concelhios especializados nesta área que, periodicamente, organizavam convívios inter escolares com apoio das autarquias nos transportes dos alunos. Nas escolas preparatórias o programa incidia sobre o ensino desportivo diversificado pelas modalidades desportivas que possuíam instalações apropriadas. As actividades eram concluídas com a realização dos Jogos Desportivos Escolares a nível local, zonal e regional. No ensino secundário as actividades eram direcionadas para o aperfeiçoamento desportivo com o objectivo de encaminhar os alunos para a prática desportiva regular, quer no meio escolar, quer no desporto federado, proporcionando a sua integração nas agremiações desportivas tradicionais e outros clubes que se fossem criando.
Atendendo a que na área federada no arquipélago existiam apenas 3 associações de desportos, 3 associações de futebol, 1 associação de patinagem e outra de judo, verificava-se que a estrutura associativa era insuficiente para dar resposta ao crescente encaminhamento de jovens para a prática de diferentes modalidades desportivas. Foi necessário transformar as associações de desportos em associações de modalidade para se tornar possível o enquadramento e as actividades de novas equipas de um leque alargado de desportos colectivos e individuais. 
Os Jogos Juvenis Açorianos (de ambos os sexos), eram o ponto alto das actividades regionais. Os JJA eram sempre antecedidos de estágios de aperfeiçoamento técnico-pedagógico em diferentes desportos, sob a orientação de técnicos credenciados, localizados nas ilhas que cumpriam a programação interna e que, por conseguinte, tinham adquirido o direito de participação. Na sequência deste evento, efectua-se um intercâmbio desportivo anual com a Região Autónoma da Madeira através da organização dos Jogos Juvenis Insulares a realizar alternadamente em cada arquipélago.
Enquanto o General Ramalho Eanes, acompanhado pelo Dr. Mota Amaral, General Conceição e Silva (Ministro da República), Dr. Álvaro Monjardino (Presidente da Assembleia Regional) e Dr. Reis Leite (Secretário Regional da Educação e Cultura) foram assistindo nas diversas instalações ao desenrolar das actividades desportivas, procurei transmitir ao Presidente da República a realidade do nosso processo de desenvolvimento desportivo que mereceu da sua parte a afirmação de que estávamos no  caminho correcto.
Eduardo Monteiro

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