A Ryanair anunciou ontem que irá reduzir um avião (investimento de 100 milhões de euros) da sua base na Madeira e diminuir o tráfego em Faro e no Porto para o Verão de 2024 devido à decisão da ANA de aumentar as taxas aeroportuárias em até 17% a partir de 2024, incluindo Lisboa (+17%), Faro (+12%), Porto (+11%), Açores (+9%) e Madeira (+6%).
“Esses aumentos excessivos pelo monopólio do aeroporto de propriedade francesa, ANA, irão prejudicar o turismo e os empregos em Portugal, especialmente nas economias insulares da Madeira e dos Açores”, avisa a companhia.
“Este prejuízo já foi evidenciado pelo encerramento da base da Ryanair em Ponta Delgada para o Inverno de 2023/2024 e será ainda mais demonstrado pela perda de um (dos dois) aviões baseados na Madeira em janeiro de 2024, além dos cortes no Verão de 2024 em Faro e no Porto”, acrescenta.
Segundo a Ryanair, “o monopólio do aeroporto da ANA não enfrenta concorrência em Portugal, o que lhe permite aumentar os preços sem consequências. Em Lisboa, sozinha, a taxa de passageiros aumentou +50% desde 2019, apesar da maioria dos aeroportos europeus reduzir as taxas pós-Covid. O Governo português deve garantir que os seus aeroportos, uma parte vital da infraestrutura nacional, sejam utilizados para beneficiar os cidadãos e a economia de Portugal, em vez de beneficiar um operador de monopólio de aeroporto de propriedade francesa”.
A Ryanair “apela ao regulador português para intervir urgentemente e proteger as companhias aéreas, os seus passageiros e o turismo de Portugal (especialmente nas ilhas) contra o abuso evidente do poder de monopólio da ANA”.
A Ryanair pede ao Governo português que reabra a concessão para o novo aeroporto do Montijo, para quebrar o monopólio do aeroporto da ANA, impedindo que o seu proprietário francês, a VINCI, “extraia mais lucros monopolistas das companhias aéreas e dos seus passageiros às custas dos cidadãos, do turismo e dos empregos portugueses”.
Michael O’Leary, da Ryanair, diz que “não há justificação para o monopólio da ANA aumentar as taxas em até 17% em 2024. O operador monopolista do aeroporto procura taxas ainda mais altas, além das já elevadas taxas aeroportuárias de Portugal, para encher ainda mais os seus bolsos às custas do turismo português e dos empregos, especialmente nas ilhas portuguesas (incluindo Madeira e Açores) que dependem de acesso e turismo de baixo custo para sobreviver.”
“O monopólio da ANA deveria seguir o exemplo de outros grandes aeroportos europeus, especialmente na Espanha, e congelar ou reduzir as tarifas para ajudar a estimular o tráfego e a recuperação do turismo em Portugal pós-Covid. Em vez disso, a ANA está a prejudicar a competitividade de Portugal com esse aumento excessivo e injustificado de 17% nas tarifas, o que afastará o tão necessário crescimento do turismo, especialmente nas ilhas da Madeira e dos Açores”, adianta a Ryanair. “Apelamos à ANAC para intervir urgentemente e reverter este aumento de preços monopolistas, protegendo as companhias aéreas de Portugal, os passageiros e as economias insulares dos preços monopolistas excessivos da ANA, antes que seja tarde demais”, conclui.