Rancho Santa Cecília celebra 50 anos de vida com lançamento de livro
Diário dos Açores

Rancho Santa Cecília celebra 50 anos de vida com lançamento de livro

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“É uma questão de honrar o passado e poder dar voz a todos aqueles que passaram pelo Rancho durante estes anos”

O Rancho Folclórico Santa Cecília da Fajã de Cima (RFSCFC) está a celebrar 50 anos de vida. Amanhã, dia 26 de Novembro, irá realizar-se no âmbito desta celebração uma sessão comemorativa e o lançamento do livro “Rancho Folclórico Santa Cecília – 50 anos de identidade açoriana”, no Teatro Micaelense, às 17h.
A história do Rancho Folclórico Santa Cecília da Fajã de Cima começa em 1973, quando este é fundado por João Vieira Jerónimo, que era conhecido pelo seu grande dinamismo na defesa e divulgação dos valores culturais do povo micaelense.
Em 1987, o RFSCFC passa a constituir-se em Associação, como Associação Cultural sem fins lucrativos, com sede na Freguesia da Fajã de Cima, no concelho de Ponta Delgada. Actualmente, a Associação é composta por cerca de 35 elementos.
Ao longo destes 50 anos, a Associação Rancho Folclórico Santa Cecília da Fajã procurou preservar e divulgar o folclore da ilha de São Miguel através de músicas, canções, danças, trajes, usos e costumes.
Já participaram em inúmeros festivais de folclore, em quase todos os certames da ilha de São Miguel, bem como em festivais nas ilhas de Santa Maria e Terceira, e também em festivais nacionais e internacionais. Ao longo da sua missão na promoção da etnografia e folclore, realizou centenas de ensaios e centenas de actuações, bem como variadíssimos eventos de âmbito cultural e pedagógico.
O Diário dos Açores esteve à conversa com Pedro Goulart Almeida, actual Presidente da Direcção da Associação Rancho Folclórico Santa Cecília da Fajã de Cima, para saber mais sobre as celebrações dos 50 anos de existência do Rancho Folclórico.
“Este ano, comemoramos o quinquagésimo aniversário do Rancho Folclórico e tem sido um ano muito profícuo e muito desafiante, no sentido em que nós quisemos preparar ao longo do ano um conjunto de actividades e celebrações para irmos comemorando com o diferente público-alvo. Para além da nossa habitual actividade que se centra muito no plano de exibições durante o ano, nós também retomamos o Festival das Azáleas no Pinhal da Paz, que teve paragem forçada devido à pandemia. Demos continuidade a mais uma fase do nosso projecto “Açores – partilhar tradições”, com uma visita à ilha de São Jorge, na participação da Semana Cultural das Velas. Este projecto irá nos vai levar, eventualmente, a finalizar todas as ilhas do arquipélago dos Açores no próximo ano”, comentou Pedro Almeida.
De todas as celebrações, a mais aguardada pelo RFSCFC é sem dúvida o lançamento do livro “Rancho Folclórico Santa Cecília – 50 anos de identidade açoriana”, pois será um dia “bastante memorável para nós. O livro era um sonho e era o registo que nos faltava, uma vez que nós quando fizemos 25 anos já tínhamos um registo discográfico do Rancho. Aos 40 anos, fizemos uma gravação e vídeo de algumas das nossas danças e músicas e agora faltava o registo bibliográfico. No fundo, é um livro que tenta resumir de forma bastante coerente aquilo que foi o nosso percurso durante estes 50 anos e, de facto, era o que nos faltava deixar como legado para as gerações vindouras”, declarou o Presidente da Direcção.  
Pedro Almeida explicou que o livro é voltado para a história do Rancho Folclórico Santa Cecília da Fajã de Cima, pois queriam deixar sua a valiosíssima história em registo bibliográfico, abarcando todo o seu percurso ao longo dos anos. Também pretendiam deixar registado as suas principais actividades, quer a nível regional, quer a nível nacional e internacional.
Para além disso, “abordamos tudo o que é etnografia, desde os trajes à dança. Também falamos muito no nosso Festival das Azáleas, no Pinhal da Paz, que também é um momento muito importante para nós e que nos acompanhou durante a história toda. Temos um resumo daquilo que foram os principais registos de participações nossas noutros momentos e, no fundo, é recuperar um conjunto de memórias e de actividades do Rancho Folclórico de Santa Cecília nos últimos 50 anos”, proferiu.
O lançamento do livro para o Presidente da Direcção da Associação Rancho Folclórico Santa Cecília da Fajã de Cima é de tremenda importância. “Falo por mim, que já estou no Rancho há quase 30 anos, este é seguramente um dos momentos mais altos daquilo que é a nossa actividade e daquilo que é o nosso registo, porque não só é uma viagem às memórias e às recordações que nós temos daquilo que fomos fazendo durante estes anos todos, como também é uma questão de honrar o passado e poder dar voz a todos aqueles que passaram pelo rancho durante estes anos. As Associações são feitas de pessoas e nós também queremos desta forma prestar o devido tributo a quem também deu de si. Às vezes damos muito de nós, sem esperar qualquer coisa em retorno apenas pela possibilidade de podermos fazer aquilo que gostamos, que é dançar e cantar”.
Para o dia do lançamento do livro “as expectativas são elevadas. Nós fizemos um convite a um conjunto de pessoas e entidades que nos acarinharam durante estes anos todos, queremos ter um momento quase em família. Vamos fazer algumas distinções de alguns elementos pela sua longevidade no Rancho e queremos que seja um momento de partilha, de comunhão e de agradecimento, acima de tudo pela boa ajuda que estas pessoas e estas entidades nos têm prestado”.
Quanto à sensação de poder celebrar os 50 anos de vida do RFSCFC, Pedro Almeida disse que “como Presidente da Direcção é um enorme orgulho. Acho que todos os actuais elementos, antigos elementos e todas as entidades que nos têm apoiado todos estes anos devem se sentir orgulhosos por várias razões. E a primeira, desde logo, é o facto de nós conseguirmos atingir esta longevidade. Não é qualquer Associação que consegue completar 50 anos de existência, num formato de uma Associação bastante alargada, como é um Rancho Folclórico, que obriga a ter um número grande de membros permanentes”.
“Por outro lado, obviamente que a nossa historia também fala um pouco por si. Temos a certeza que o Rancho Folclórico Santa Cecília é um estandarte, é um dos grandes representantes da nossa cultura, não só da freguesia, mas como do concelho de Ponta Delgada, da ilha de São Miguel, da Região Autónoma e de Portugal. Os nossos pergaminhos levam o bom nome de todos além fronteiras e por isso vivê-lo como protagonista, num momento tão importante destes para o Rancho, é um enorme orgulho por uma missão que tem sido muito bem feita”, explicou.
O Presidente da Direcção da Associação Rancho Folclórico Santa Cecília da Fajã de Cima finalizou dizendo que as expectativas para o futuro da Associação são “muito boas, são optimistas. Digo sempre que quem sobreviveu 50 anos, está preparado para os próximos 50. A nossa actividade não pára só pelo facto de comemorarmos 50 anos de anos de existência. A Direcção está extremamente optimista com os próximos tempos e se calhar já não serei eu o Presidente, mas gostava muito que daqui a 50 anos houvesse outra sessão a comemorar os 100 anos e não tenho dúvidas de que isto vai acontecer”.

por Nicole Bulhões

* jornal@diariodosacores.pt

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