Os fabricantes do conhecimento
José Soares

Os fabricantes do conhecimento

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Transparência

“Há cerca de cento e vinte anos (1890), 76% da população portuguesa maior de 7 anos não sabia ler nem escrever”.
Um século e pouco depois, os dados apurados pelo Censo de 1991 indicam a percentagem de 12,7% para o analfabetismo em Portugal. Os progressos foram notáveis.
“Hoje, Portugal tem dez vezes mais alunos no ensino secundário do que a 25 de abril de 1974. A taxa de analfabetismo chegou aos 9% em 2001 e, em apenas dez anos, desceu quase para metade (5%).Mas Portugal continua a estar entre os países europeus com mais pessoas sem saber ler nem escrever.” – (Instituto Nacional de Estatística).
No momento, os dados indicam que ainda temos cerca de 4% de analfabetismo nos Açores. Ainda é demasiado.
Os governos têm sido tímidos num maior investimento no extenso campo da cultura. Está melhorando a passo de tartaruga… parece que têm medo de educar o Povo…
A prioridade de qualquer sistema democrático é a de privilegiar a pedagogia e valorizar socialmente a instrução como fator fundamental na definição do cidadão interveniente e participativo. Temos de fazer melhor.
Uma das vertentes que muito contribui para essa necessária melhoria é sem dúvida a Comunicação Social, tanto jornais e revistas como televisão e rádio. E os Açores neste momento têm acesso a vários órgãos regionais como internacionais, com exceção de alguns problemas de distribuição de cabo que persistem nas Ilhas mais pequenas o que – nos prometem os responsáveis – irá melhorar nos próximos 2 anos.
Por isso a inauguração em Portugal da cadeia televisiva internacional CNN - Cable News Network – vem dar, esperamos, um avanço substancial à informação global de forma instantânea, direta, factual e mais transparente. Quebram-se com isso muitos interesses de competitividade em cartel que porventura ainda restassem, bem como restrições de informação clara e factual a que os padrões da CNN contradizem e a fizeram notabilizar. Irá obrigar a concorrência a mudar para melhor as formas e conteúdos – alguns deles viciados, agindo como fabricantes da ignorância.
Os contatos de terceira dimensão com esta ou aquela estação televisiva, com esta ou aquela redação jornalística, para impedir ou travar a notícia que se julga prejudicial ou assim fugir à opinião pública, vão diminuir drasticamente, dada a imparcialidade de uma televisão que não está ligada por nenhum laço ideológico ou interesseiro aos banqueiros, aos partidos, aos amigos de coro e outras coisas mais…
É um forte contributo ao progresso sociocultural de expressão portuguesa.
Esperamos que a coragem prevaleça.
O direito de informar e ser informado, acima dos ‘segredinhos de justiça’.
As dinâmicas democráticas a melhorar a sociedade no seu todo e para o seu melhor.
Que sejam verdadeiros fabricantes do conhecimento, na interminável busca da inteligência humana pela utópica perfeição.


lusologias@gmail.com

 

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