Saúde Mental  e Género
Carla Rocha

Saúde Mental e Género

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Por saúde mental, em consonância com a OMS, entende-se um estado de bem-estar no qual a pessoa sente predominantemente emoções positivas na maior parte dos seus dias, sente-se capaz de lidar com as exigências do dia-a-dia e de se relacionar-se com os outros, sente energia, trabalha de forma produtiva e contribui para a sua comunidade. A doença mental está associada a uma perturbação dos pensamentos, comportamentos e das emoções, causando um desequilíbrio entre a pessoa e o seu meio. Saúde e Doença encontra-se num contínuo, no qual existem diferentes graus, onde doença não significa ausência de saúde mental nem de bem-estar.
Os estudos mostram que homens e mulheres apresentam diferenças ao nível da sua saúde, tanto física como mental. As causas biológicas não são suficientes para explicar o sofrimento psíquico.
No entendimento do que é “ser mulher” e “ser homem” frequentemente confundem-se os conceitos biológicos, como sexo, sistema hormonal ou reprodutivo, com conceitos sociais, como género. Género é um conceito de construção social de determinada cultura, sociedade e época, e diz respeito ao que é esperado socialmente do homem e da mulher, de ser-se feminino ou masculino. O conceito de género não nega as diferenças biológicas, nega é a tradução causal entre aspetos biológicos e características sociais. Muitas construções sociais de género resultaram em estereótipos com os quais vivemos diariamente e com os quais as crianças crescem ainda hoje, por exemplo, é aceitável que a mulher seja vulnerável, mas o homem tem que ser forte ou a mulher é mais dependente e o homem deve ser independente. Os estereótipos de género restringem as potencialidades das pessoas, tanto para mulheres como para homens.
A socialização determina a forma como homens e mulheres agem no mundo, e por consequência, a forma como lidam com as suas emoções e com as emoções dos outros. A família e a sociedade têm um peso significativo na saúde mental das pessoas e na construção identitária de cada um/a. A família é a “célula base” da socialização e a sociedade somos todos nós. Vamos repensar a forma como encaramos o género nas nossas vidas.
Fique bem, pela sua saúde e a de todos os Açorianos!
Um conselho da Delegação Regional dos Açores da Ordem dos Psicólogos Portugueses.

*Vogal da Direção da Delegação Regional dos Açores

 

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