Importâncias
José Soares

Importâncias

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Transparência

A partir do final do presente conflito bélico, os governos do mundo democrático ocidental já pensam em mudanças estruturais de fundo a nível global. Bens e serviços, exportações e importações, relações entre países e a lista continua.
No caso de Portugal, os generais e almirantado aproveitam o clima de guerra para revindicarem velhas falhas que, no seu entender, são graves neste momento, como sejam a falta de jovens para o serviço militar – alguns até pensam no retorno ao serviço militar obrigatório – e um objetivo aumento nos orçamentos para a Defesa Nacional. Há ainda planos e estratégias mais concretas e modernas que possam enfrentar estes novos tempos.
Entre todo um emaranhado militar, os Açores são de novo mencionados pela sua importância vital, estratégica e marítima, enquanto território situado em pleno Oceano Atlântico Norte, cuja posição torna a ser considerada de extrema importância para todo o Ocidente em qualquer plano de defesa ou de ataque.
Com a União Europeia a contemplar a partir de agora um reforço do investimento para a Defesa, os especialistas falam em garantir um Oceano Atlântico seguro e controlado, para que a NATO possa funcionar ligando logisticamente os EUA e a Europa.
Como a Autonomia existente nos Açores não contempla qualquer ingerência nos assuntos de Defesa, Lisboa vai manobrar, conjuntamente com Bruxelas e a NATO, todo o processo nos próximos tempos.
Os Açores serão, para as democracias ocidentais, a grande base estacionada no meio do Atlântico, que garantirá uma vigilância e manobra marítima, aérea e até espacial (com a estação espacial de Santa Maria).
Mas todas estas ou outras irreversíveis mudanças, não serão feitas sem um quarto parceiro de suma importância: os EUA. Os americanos terão que repensar a sua política na Ilha Terceira, em particular, começando por aumentar efetivos que ainda recentemente retirou, modernizando estruturas essenciais e investindo em comparticipação conjunta com os demais parceiros – NATO, EU e Portugal.
Por outro lado, com a eventual entrada da Ucrânia na UE, bem como as ilações tiradas da lição da presente guerra, os EUA e a NATO tomarão precauções diferentes, fortalecendo a militarização da Europa que desta vez parece estar unida para o facto.
A geografia ucraniana, bem como a sua importância produtiva, faz com que ela seja desejada pelas partes envolventes belicamente. A Ucrânia é quase sete vezes maior do que Portugal, com uma população de 45 milhões de habitantes. Um importante e auspicioso parceiro para a União Europeia.
A posição geoestratégica dos Açores, vai obrigar à proteção da fronteira marítima e aérea com a EU e os EUA. E aqui a NATO, enquanto representante de ambos, pode desempenhar um papel vigilante com maior rigor do Atlântico, estacionando em várias Ilhas dos Açores.
Os governos regionais futuros, também terão uma política acrescida neste campo e poderão interferir na defesa dos seus interesses insulares.
Para que tudo isto se ponha em prática, as Ilhas Açorianas têm que ter um olhar diferente da parte de Bruxelas, de Lisboa e de Washington.
Mais uma vez, os Açores passarão a ser um forte bastião de Defesa das Democracias.   

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