O Presidente da Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada disse ontem que acredita no contributo do turismo para a economia regional, com os 12 % do VAB e 20% do emprego que já representava em 2019.
Mário Fortuna falava na inauguração da Feira Lar, Campo e Mar, em Ponta Delgada, que estará em exposição durante estes dias das festas do Senhor Santo Cristo.
“Não podemos virar as costas a muitas centenas de empresas que investiram e a 20 mil açorianos que fazem a sua vida neste setor nem a uma grande fatia das nossas exportações de serviços. Por isso preocupa-nos a tomada de medidas erradas como são as taxas turísticas anacrónicas que mais não fazem do que introduzir burocracias geradoras de mais custos de contexto e não são mais do que um passo no sentido inverso da redução fiscal que, em boa hora, o atual governo implementou. É uma devolução à economia privada, empresas e famílias, de cerca de 50 milhões de euros por ano”, defendeu Mário Fortuna no discurso de abertura da feira.
As preocupações
dos empresários
O líder dos empresários manifestou preocupação com o novo enquadramento das indústrias, não só da fileira agroindustrial como de todas as áreas em geral, por virtude do impacto sobre os preços da energia e das matérias primas, assim como o problema dos recursos humanos.
Na área do Comércio, disse que os desafios “são grandes e terão de ser agarrados com determinação seja começando com os “Bairros Digitais”, em desenvolvimento com as autarquias, seja com as aceleradoras a desenvolver no âmbito das associações empresariais, seja em outros instrumentos que certamente irão surgir quer no âmbito do PRR quer no âmbito doo PO2030. A tarefa é grande e exige o contributo de todos”.
Para Mário Fortuna, “o transporte aéreo é uma peça angular de qualquer processo de desenvolvimento de um arquipélago afastado do continente, como é o nosso. Neste contexto, a SATA só será um ativo importante se estiver saudável e integrada de forma competitiva no mercado em que atua. Para isso, não pode continuar à mercê das opções políticas de momento. Ainda não se concluiu o processo de reestruturação obrigatória e imposta da empresa e já surgem indícios de novas interferências na escolha das rotas que deve voar. Assim corremos o risco de matar mesmo a empresa”.
E apontou outra crítica: “Não se compreende também que, em pleno século XXI, na era do digital, não esteja ainda divulgada a informação do SPER reportada ao IV trimestre de 2021 ou mesmo ao primeiro trimestre de 2022.O rigor da divulgação da execução orçamental mensal do ORAA, deve ser alargado ao SPER numa base pelo menos trimestral. Se a sociedade civil pede, a informação tem de ser disponibilizada, para evitar as piores especulações”.
Cerca de 150 stands
Nesta reflexão - acrescentou - não podíamos deixar de falar em específico sobre os modelos que asseguram a mobilidade dos açorianos e a acessibilidade dos visitantes que fazem o nosso turismo.
“A revisão do modelo imposto para as obrigações de serviço público inter-ilhas ficou aquém das nossas expetativas mantendo restrições excessivas e deixando a conetividadecom Santa Maria ainda muito aquém do necessário. Este é um assunto que não está resolvido!”, concluiu.
A feira deste ano distribui-se por uma área de cerca de 3 400m2 (4 000 em 2019), menos 15%, comportando cerca de 150 “stands” (190 em 2019)ocupados por 58 empresas (68 em 2019), 48 artesãos (52 em 2019) e 2 associações (3 em 2019).
“Este certame, tem tido a continuada e prestigiosa presença dos artesãos que, numa iniciativa do CADA –Centro de Artesanato e Design dos Açores lhe emprestam uma dimensão adicional muito interessante”, afirmou Mário Fortuna.