Diário dos Açores

E agora sem máscara como nos vemos?

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Para muitos o uso da máscara tornou-se num escudo de proteção, não só contra um vírus mortal, mas também contra inseguranças e fragilidades na interação, contra a insatisfação com aspetos físicos como aquela borbulha que teima em aparecer, a ruga que começa a chatear, a barba que não ganha a forma que se gostaria.
Se por um lado a máscara desempenhou uma função de proteção também limitou a interação, a expressão, a comunicação, bem como condicionou as experiências de ser e pertencer socialmente.
Na interação social os outros funcionam como espelhos que refletem quem somos, imprescindíveis para o desenvolvimento da nossa autoimagem, ou seja, “como vemos os nossos traços físicos e psicológicos, as nossas qualidades e imperfeições, possibilidades e limitações, as nossas forças e fraquezas” (Nathaniel Branden). Sentirmo-nos apreciados, vistos como pessoa de valor e com competência é de extrema importância para a autoestima/amor-próprio para o bem-estar individual e para a saúde mental.
Para nos vermos novamente no reflexo dos outros temos que resgatar a liberdade interna de sermos e estarmos e de voltamos a partilhar.
E agora sem máscaras que espelho somos?
Importa o respeito pelo tempo de cada um nestas adaptações e readaptações, pelas ambivalências e medos que podem surgir no retomar de antigos hábitos tanto nas crianças, como nos jovens ou nos adultos.
Se sente alguma ansiedade por remover a máscara, lembre-se que é normal, e que tem o direito de adaptar-se ao seu ritmo.
Fique bem, pela sua saúde e a de todos os Açorianos!
Um conselho da Delegação Regional dos Açores da Ordem dos Psicólogos Portugueses.

 

* Vogal da Direçãoda Delegação Regional dos Açores

Carla Rocha*

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