Diariamente, consciente ou inconscientemente, passamos por processos de tomada de decisão milhões de vezes. Alguns destes processos, pela natureza da decisão, são mais complexos. Outros, em contrapartida, são automáticos e não requerem uma reflexão consciente. Não obstante a tomada de decisão consistir num processo cognitivo, a verdade é que se traduz habitualmente num comportamento.
De acordo com diversos autores, os valores pessoais consistem em conceitos que influenciam determinantemente o nosso comportamento. Poderá dizer-se, então, que os valores pessoais medeiam as nossas tomadas de decisão? A comunidade científica diz-nos que sim. Assim, os valores pessoais assumem-se como “bússola” nos nossos processos de tomada de decisão, existindo, atualmente, instrumentos validados cientificamente capazes de os identificar.Conhecê-los é ter a “bússola” afinada.
De forma figurativa, poderá dizer-se que os valores pessoaisestão inscritos no ADN do indivíduo e facilitam a tomada de decisões percecionadas como difíceis. Isto não significa que todas as decisões são tomadas de acordo com os valores pessoais, sendo que, por vezes, o indivíduo apresenta comportamentos queos contradizem ou que não vão de encontro às expetativas dos outros.Mesmo que não pareça, perante este “conflito”habitualmente associado a desconforto,a “bússola” está lá.É por esse motivo que a utilização da nossa “bússola” de valores pessoais contribui efetivamente para a promoção da nossa saúde mental.Apesar de as decisões percecionadas como difíceis não se tornarem mais fáceis por isso, certamente revestir-se-ão de maior segurança e bem-estar psicológico. Boas decisões!
Fique bem, pela sua saúde e a de todos os Açorianos!
Um conselho da Delegação Regional dos Açores da Ordem dos Psicólogos Portugueses
*Psicóloga Clínica e da Saúde
Mafalda Ponte*