Diário dos Açores

No Sul da Macaronésia Divagação XI Sustento (dois)

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Já pensei em fazer-me ao mar, acompanhar os pescadores numa noite de pesca à linha. Apenas para sentir o que está dentro do silêncio destes homens no seu regresso a terra.
Não se ouvem palavras. Há olhares, alguns gestos. Aguardam uns pelos outros; empurram, à vez, cada barco. Sentem cada onda, por mais ínfima que seja, balançam o barco, retesam os músculos e alguém geme o aviso. Iça! A interajuda faz a força.
Uma vez pousados os barcos, o ritual de amanhar o peixe é igualmente silencioso.
Parece que os homens trazem dentro de si a paz do mar.

Coisinhas, curiosidades XI

Baixar e enrolar a vela à volta do mastro, desencaixá-lo e transportá-lo para local seguro. Retirar o lastro (pesados blocos de basalto) e amontoá-lo num local preciso à beira mar, pedra sobre pedra, para uso futuro. Retirar o motor, levá-lo às costas. Tudo isto precede a coreografia que leva o barco à praia. Vendido o peixe, esta gente some-se em menos de um minuto. A praia fica novamente deserta, polvilhada de barcos que descansam.

Fiquem bem,

Ana

 

Ana Roque Oliveira *

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