Diário dos Açores

Distrofia muscular progressiva ou de Duchene

Previous Article Um final feliz ou felizes para sempre?
Next Article “Qualquer jovem fica tentado às condições oferecidas pelo Canadá” “Qualquer jovem fica tentado às condições oferecidas pelo Canadá”

Conselhos de médico

1 – É uma doença muscular. Aparece porque o organismo não consegue produzir a distrofina, que é uma proteína fundamental para a contração muscular. Esta doença leva a uma perda progressiva das fibras musculares que são substituídas por células de gordura.
2 – “Aparece” um caso em cada 3 a 6 mil nascimentos (conforme os estudos). É uma doença genética. Faz parte do grupo de Doenças Neuro Musculares. É uma doença do sexo masculino. Está ligada ao cromossoma X. Como o sexo masculino tem um X e um Y, se o X tem a doença esta manifesta-se sempre. No caso das mulheres, que têm dois cromossomas X, se um deles tem a alteração genética a mulher é apenas portadora, mas não sofre da doença porque o outro X é predominante e como que “encobre” a doença.
3 – Os principais sintomas são o atraso na marcha (por volta dos 2 anos), a falta de força nos membros inferiores, as quedas frequentes e as dificuldades da criança se levantar do chão. Subir e descer escadas pode ser muito difícil e a criança habitualmente não consegue correr.
4 – Um dos sinais que chama muito a atenção é a hipertrofia da região da barriga da perna. Parece que os músculos gémeos são muito desenvolvidos. Isso não é bem assim. Acontece que a massa muscular foi substituída por tecido adiposo (gordura).
5 – Na presença das queixas e sinais característicos da doença o médico solicita umas análises de sangue, em que um determinado valor (de CPK) pode estar muito elevado, que significa que o músculo está em fase de “destruição”. Depois são feitos estudos genéticos e uma biópsia muscular confirma o diagnóstico.
6 – Como o próprio nome da doença indica trata-se duma doença progressiva, esperando-se um agravar da situação com o aumento da idade. A criança que andava pode deixar de andar.  Inicialmente a doença só se manifesta nos músculos dos membros, mas depois afeta o próprio coração e os músculos respiratórios.
7 –A esperança média de vida destes doentes é menor do que a população em geral, mas graças aos avanços dos cuidados médicos algumas destas crianças chegam à idade adulta e sobrevivem por muitos anos.
8 – Uma equipa multidisciplinar de seguimento é fundamental para uma melhor qualidade de vida. Neuropediatra, fisiatra e equipa de reabilitação, pneumologista, cardiologista, nutricionista, serviço social, associações dos doentes e outros devem intervir para acrescentar apoios positivos.

Nota 1 – Hoje é dia de Festa em várias freguesias de S. Miguel. A que me diz mais respeito (lá estarei) é a Festa da Salga no Nordeste. Mas há mais…Fenais da Luz, Candelária e Porto Formoso… Divirta-se que a vida é curta.
Nota 2 - Haja saúde. Haja saúde. Haja saúde.

 

* Médico fisiatra e especialista em Medicina Desportiva

António Raposo*

 

Share

Print

Theme picker