Alemão suspeito de matar as duas pessoas no Pico dizia que não queria vizinhos
Diário dos Açores

Alemão suspeito de matar as duas pessoas no Pico dizia que não queria vizinhos

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O cidadão alemão que terá matado duas pessoas na ilha do Pico tinha um passado violento, mas sem cadastro, afastando das redondezas da sua residência, quem se aproximava, com ameaças de violência e, por vezes, mostrava as armas que possuía, com licença de porte, porque era caçador.
Segundo relatam pessoas que o conheciam, era uma pessoa pouco sociável e vivia já há alguns anos, com a esposa, no lugar de Campo Raso, concelho da Madalena.
Segundo a Polícia Judiciária, conforme relatamos ontem, é sobre ele que recaem fortes suspeitas de ter matado os dois homens e por isso foi detido, encontrando-se na prisão do Faial.

Vítimas eram reformados que procuravam terrenos para vender

As duas vítimas são Mário Coucelos e Mário Sobral, de 65 e 74 anos, residentes no Pico, reformados, mas que se dedicavam à prospecção de terrenos para venda.
Terá sido durante uma visita a um terreno vizinho do cidadão alemão que terá surgido a desavença, desconhecendo-se como terão sido assassinados e onde estarão os seus corpos, se enterrados ou lançados ao mar.
A PJ afirma que possui fortes indícios da morte das vítimas, tendo recolhido munições junto ao jeep das vítimas, que estão a ser analisadas em Lisboa.
A investigação teve início no domingo, dia 11, após a comunicação do desaparecimento de dois homens, pelos familiares.

PJ contou com colaboração da PSP, GNR e Polícia Marítima

Nesta investigação recorde a Polícia Judiciária contou com a colaboração da Polícia de Segurança Pública, da Guarda Nacional Republicana e da Polícia Marítima.
Acrescente-se que, em buscas domiciliárias à residência do suspeito, foram apreendidas duas armas de fogo legalizadas, para além de diversas armas em situação irregular, nomeadamente, um “boxer” com lâmina acoplada, diversos punhais e um silenciador, compatível com arma de fogo.
O detido, com 60 anos de idade, recusa-se a dizer onde estão os corpos das vítimas, mas as investigações prosseguem.

“Nunca se viu coisa semelhante nesta ilha”

A comunidade picoense, sobretudo os que conheciam as duas vítimas, está chocada com este crime, situação muito rara naquela ilha.
“Há vários anos que vivemos pacificamente nesta ilha, entre residentes e estrangeiros que para cá vêm viver, e nunca se viu tal situação”, afirma um picoense que conhecia as duas vítimas.
“Nos últimos anos têm aparecido dezenas ou centenas de famílias estrangeiras, de todas as nacionalidades, á procura de terrenos e adegas em ruínas para construirem ou reconstruirem e passarem o resto dos seus dias nesta ilha. A comunidade estrangeira no Pico é grande, mas na sua generalidade é pacífica e insere-se bem nos costumes locais; claro que há sempre alguns mais reservados, mas ninguém imaginaria uma loucura destas”, acrescenta.

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