Diário dos Açores

Rapazes para a escola, livros à porta

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Desde sempre me recordo de ouvir a minha avó a dizer: “rapazes para a escola, inverno à porta.”
Nada mais certo. É verdade que São Pedro nos tem brindado com alguns dias de bom tempo e calor, mas o tempo muda logo quando setembro chega e as malas se enchem de emoção e livros novos para diferentes aprendizagens na escola.
Durante o verão, dizem que se lê menos, que os livros ficam mais esquecidos e que, por isso mesmo, a rentrée literária se dá pela altura de setembro.
Este início de ano letivo foi diferente para mim e trouxe-me também uma aprendizagem muito importante e diferente: a experiência de um festival literário! Esta rentrée literária deu-me a oportunidade de conhecer autores de todo o país no Festival Literário de Ovar. E foi mais do que positivo: foi maravilhoso!
O momento da participação neste festival já era muito ansiado por mim, mas quando foi aquando do seu real acontecimento que senti a imponência de um evento destes.
Organizado por Carlos Nuno Granja e Maria José Simão, proprietários da livraria Doninha Ternurenta, em Ovar, este festival já cá canta há oito anos, apesar de parecer que já há acontece há muito mais tempo, tendo em conta a experiência e o à vontade de quem o faz. O ambiente familiar e descomplicado que aqui se gera diz tudo de quem organiza este evento, com um amor aos livros e com uma familiaridade fora do normal!
Toda a cidade vibrou e experienciou, em diferentes espaços, o que é a literatura; desde debates, a lançamento de livros, teatro, música, dança, cinema, entre muitas outras atividades, este é o tipo de evento que revela a criatividade de um país que é cultura, que é escrita, que é leitura!
E não o podemos negar! O crescimento da escrita de qualidade a que temos assistido em Portugal faz-nos ver e sentir a capacidade de sermos melhores através da literatura.
E, com os livros à porta, conheci pessoas simples, afetuosas, apaixonadas pelas letras e disponíveis para partilhar histórias espantosas.
Entre a beleza da cidade de Ovar, que não conhecia, e bons novos amigos do mundo literário, este foi um recomeço diferente na minha experiência literária.
Ler é tão importante como conviver, depende, claro, dos livros que escolhemos e dos autores que conversam connosco ao longo das páginas.
O Festival Literário de Ovar é um exemplo de amor à cultura e à ligação interpessoal que o mundo criativo e literário precisa.
Que venham mais festivais destes, para reunirmos durante alguns dias a arte no seu todo em prol e benefício de todos os portugueses!

 

Bom ano letivo e bons festivais literários!


*Editora da 9idazoresnews.com
Diretora da Livraria Letras Lavadas

Patrícia Carreiro*

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